A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas muito comum em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o Brasil ocupa o 8º lugar no ranking mundial em número de asmáticos, sendo que 150 milhões de pessoas são atingidas pela doença em todo o mundo.
Apesar de ser uma doença já muito estudada e tão presente na vida da população, ainda existem inúmeras dúvidas que surgem a todo momento. Por isso, convidamos a Dra. Maria Laura Sandeville, credenciada Omint, para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o assunto.
Neste artigo, você vai conferir:
O que é asma e porque ela acontece?
Como é feito o procedimento que classifica a gravidade da asma?
O que é uma crise asmática e quais os principais fatores que a desencadeiam?
O que não deve ser feito pela pessoa asmática?
Exercícios físicos ajudam no tratamento?
Asma e gravidez: como funciona?
Quais as recomendações gerais?
O que é asma e por que ela acontece?
A asma brônquica – ou mais popularmente conhecida como asma – é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, atingindo diretamente a respiração e os pulmões.
É uma condição heterogênea. Portanto pode se apresentar de formas distintas em diferentes indivíduos, podendo ser alérgica ou não, dependendo dos mecanismos de reação inflamatória de cada pessoa, sendo essa reação responsável pela determinação do tratamento indicado para cada caso.
Quais os sintomas da asma?
Normalmente, a asma é caracterizada por episódios recorrentes de sibilos (os conhecidos “chiados” no peito), dispneia (falta de ar), sensação de aperto ou desconforto no tórax e tosse geralmente seca.
Caso o quadro se agrave, a tosse pode ser acompanhada de secreção mucosa transparente, podendo se tornar mais espessa e amarelada, ainda sem infecção bacteriana associada.
Quais as causas?
A asma ocorre por dois principais motivos: fatores hereditários e ambientais. Para que a doença se desenvolva no indivíduo, é necessário que ele tenha predisposição genética e se exponha a fatores ambientais, como poluição e fumaça de cigarro.
A combinação dessas duas condições podem levar a diferentes quadros de asma, desde casos mais leves a mais graves, dependendo de cada pessoa.
Como a asma é identificada?
A asma é uma doença comum e apresenta sintomas simples de serem identificados. Apesar disso, é necessário que um profissional especializado dê o diagnóstico corretamente, identificando as particularidades do caso.
Após a confirmação da doença, alguns procedimentos são realizados para identificação do status e da gravidade da condição.
Como é feito o procedimento que classifica a gravidade da asma?
Após o diagnóstico, a avaliação dos sintomas é realizada pelo questionário ACQ (Questionário de Controle da Asma), exame recomendado pelo Global Initiative for Asthma – GINA 2020, organização médica que providencia linhas orientadoras, trabalhando com a saúde pública e os profissionais de saúde, a nível global, a fim de melhorar a qualidade dos tratamentos para a asma. Com dados de 2020, esse é considerado o teste mais completo.
Dentro do questionário, existem perguntas para identificação de cada sintoma analisado individualmente. As respostas variam de “muito ruim” a “muito boa”, para que, ao final do teste, seja gerada uma pontuação, conseguindo dessa forma identificar o nível da doença.
Ainda na mesma linha, o Teste de Controle de Asma – ACT é outro procedimento adotado pelos profissionais, sendo esse mais simples e mais indicado para crianças e adultos.
Como é o tratamento?
É feito com medicamentos e bons hábitos para evitar crises de agravamento. A principal medicação utilizada são os chamados broncodilatadores, que atuam diretamente na reversão do broncoespasmo (reflexo imediato dos músculos dos brônquios, que contraem frente a alérgenos ou substâncias irritantes, promovendo uma “estreitamento” do fluxo de ar pelo brônquio, causando os chiados no peito).
Apesar de ser essencial no tratamento, os broncodilatadores melhoram sintomas, mas não atuam na causa, pois não previnem a resposta inflamatória. Em alguns casos, essa reação é desencadeada na sequência, causando a liberação de substâncias pelas células inflamatórias que promovem o inchaço da mucosa dos brônquios, piorando a obstrução e provocando a secreção.
Dessa forma, perpetua-se a obstrução das vias aéreas, necessitando de doses crescentes de broncodilatadores, com resposta parcial na reversão do broncoespasmo.
Nessa linha, o tratamento combinado com anti-inflamatórios é indispensável. A primeira medicação a ser prescrita é o corticoide (potente anti-inflamatório) inalatório, utilizado nas conhecidas bombinhas, muitas vezes em dispositivos combinados com corticoide inalatório e broncodilatador de longa duração.
A cada momento da vida deve ser considerada a possibilidade de redução ou a necessidade de aumento das doses dos remédios, conforme orientação de um médico especializado.
Por isso, para que o tratamento adequado seja aplicado, é necessário identificar exatamente o que acontece em cada indivíduo.
Com relação aos bons hábitos, é importante conhecer os fatores desencadeantes para evitá-los, manter sempre os ambientes limpos e bem ventilados, e acima de tudo incentivar a prática de atividades físicas e alimentação saudável.
O que é uma crise asmática e quais os principais fatores que a desencadeiam?
A crise asmática ocorre quando o tratamento não é seguido à risca e os sintomas aparecem intensos em algumas ocasiões devido a alguns fatores, como:
- contato com alérgenos e irritantes, dependendo de cada indivíduo (por exemplo, poeira, odores fortes etc.);
- infecções das vias aéreas (desde uma simples gripe, sinusite, otite);
- exercício físico não orientado de forma correta (asma desencadeada por exercício);
- refluxo gastroesofágico;
- causas emocionais (principalmente ansiedade).
A asma tem cura?
A asma não tem cura, mas, com o tratamento adequado e respeitando as orientações médicas corretamente, a doença pode ser controlada e a qualidade de vida do portador pode ser normal.
O que não deve ser feito pelo pessoa asmática?
Além do tratamento seguido à risca seguido a longo prazo, algumas atitudes devem ser tomadas para que a situação não se agrave. Entre elas podemos destacar as melhores ações:
- Encapar colchões e travesseiros com produtos de lojas especializadas em produtos antiácaro;
- Nunca usar travesseiros, edredons e casacos de pluma de ganso
- Não usar cobertores, apenas edredons
- Tirar o pó com pano úmido
- Não utilizar produtos de limpeza com odores fortes no seu ambiente
- Lavar semanalmente as roupas de cama
- Retirar cortinas, tapetes, carpetes
- Evitar animais domésticos;
- Promover sempre a ventilação do ambiente,
- Manter armários limpos e sem mofo
- Identificar outros possíveis fatores desencadeantes de cada pessoa e mantê-los afastados
- Não fumar nem ficar exposto à fumaça do tabaco
Todas essas ações tentam diminuir a exposição a alérgenos que são desencadeantes e perpetuadores das crises.
Além do tratamento seguido à risca em longo prazo, algumas atitudes devem ser tomadas para que a situação não se agrave. Entre elas, podemos destacar as melhores ações:
- encapar colchões e travesseiros com produtos de lojas especializadas em produtos antiácaro;
- nunca usar travesseiros, edredons e casacos de pluma de ganso;
- não usar cobertores, apenas edredons;
- tirar o pó com pano úmido;
- não utilizar produtos de limpeza com odores fortes no seu ambiente;
- lavar semanalmente as roupas de cama;
- retirar cortinas, tapetes, carpetes;
- evitar animais domésticos;
- promover sempre a ventilação do ambiente;
- manter armários limpos e sem mofo;
- identificar outros possíveis fatores desencadeantes de cada pessoa e mantê-los afastados;
- não fumar nem ficar exposto à fumaça do tabaco.
Todas essas ações tentam diminuir a exposição a alérgenos, que são desencadeantes e perpetuadores das crises.
Exercícios físicos ajudam no tratamento?
Exercícios são recomendados desde que orientados de forma correta e a asma esteja controlada. Existe uma condição chamada “asma desencadeada por exercício”. Portanto esses casos devem ser acompanhados com mais seriedade, pois exercitar-se sem orientação pode ser perigoso.
Caso a pessoa asmática não saiba que possui essa condição e vá praticar exercícios, recomenda-se parar imediatamente na aparição dos sintomas, que costumam desaparecer cerca de 5 minutos após a pausa. Um médico também deve ser procurado o mais rápido possível para identificação do quadro.
Uma das melhores escolhas para esses indivíduos pode ser a natação em piscinas não aquecidas, uma vez que a água não desencadeia o broncoespasmo, facilitando o exercício.
Em contrapartida, lutas em tatames, caminhadas e corridas ao ar livre em cidades muito poluídas não são recomendadas, pela presença de agentes desencadeantes de crises.
Asma e gravidez: como funciona?
A mulher com asma pode, sim, engravidar, desde que a doença esteja controlada. A gravidez, por si só, reduz a reserva do pulmão, diminuindo a capacidade respiratória.
Dessa forma, se houver complicações com a condição durante a gestação, o feto pode sentir a falta de oxigenação antes da mãe, resultando em má formação ou atraso em seu crescimento e desenvolvimento, gerando fetos menores do que o esperado para o tempo de gravidez.
A gravidez também pode ter um efeito variável sobre o estado da asma. Ela pode permanecer estável, piorar ou melhorar durante a gestação. Por isso é necessário o acompanhamento médico, para que as medicações mais leves e seguras sejam ministradas durante esse período e tudo ocorra bem com a mãe e o bebê.
Quais as recomendações gerais?
A principal recomendação médica é procurar uma avaliação assim que houver a suspeita da doença o mais cedo possível e seguir o tratamento com seriedade, mesmo quando os sintomas estiverem leves ou tenham cessado após algum tempo.
A Omint possui profissionais capacitados para cuidar de todos os casos, desde os mais graves até os mais leves, oferecendo o tratamento adequado para cada ocasião.
A asma tratada corretamente é a solução para que o quadro não se agrave e/ou tenha piora dos sintomas, elevando a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com a doença.