Você pratica liderança gentil? Você reconhece essa habilidade no seu líder direto?
Já foi o tempo em que as empresas se preocupavam apenas com seus resultados de caixa. Dentro da enorme variedade de pautas existentes nos conselhos administrativos das corporações, com o ESG ganhando espaço, o S de social mostra a sua face em questões de direitos humanos e reverbera na procura por mais qualidade de vida, bem-estar e oportunidades para cada pessoa envolvida no negócio.
Há um movimento constante do setor empresarial em mostrar os seus propósitos e, mais ainda, que estes tenham como objetivo construir um futuro melhor e mais justo para todos.
O caminho para tornar esse cenário realidade passa pela valorização dos seus colaboradores. Nesse sentido a liderança gentil é um dos pilares para a transformação.
Neste texto vamos falar mais sobre:
Tipos de liderança
O que é liderança gentil
Como implementar a gentileza corporativa
Tipos de liderança
Com certeza você já recebeu no seu celular ou na rede social alguma imagem que ilustra a diferença entre chefe e líder. Por isso, vamos pular para o próximo passo, partindo do pressuposto que um líder é o responsável por guiar e inspirar os colaboradores, e representar a empresa diante do time. Sendo assim, é importante que a liderança seja a maior divulgadora dos valores e da cultura organizacional da empresa.
E, além dos princípios da empresa, cada líder traz consigo seu estilo de liderança. Especialistas convencionaram os mais comuns:
Liderança transformacional: Líder que provoca a transformação. É motivador. Desafia seu time.
Liderança transacional: Líder que negocia. É instrutivo. Explica expectativas e consequências.
Liderança autocrática: Líder que pede tarefas. É regente. Foco em resultados e rigidez.
Liderança laissez-faire: Líder que delega. Dá ideias e deixa acontecer. Confia nas entregas.
Liderança democrática: Líder que consulta a equipe. Ouve o time. Decisões participativas.
Cada empresa, de acordo com os seus objetivos, costuma valorizar e estimular um ou outro desses tipos de liderança descritos acima. Mas, considerando que o mundo mudou vertiginosamente nos últimos tempos e em especial entre 2019 e 2022, os formatos e as relações de trabalho mudaram muito.
Outro tipo de liderança desponta como a mais adequada para o futuro dos negócios e para responder às necessidades de Millennials e GenZ que ocuparão a maioria das vagas até 2030: a liderança gentil.
O que é liderança gentil
Ambiente de trabalho é um local para criar relações?
Ainda que você responda não, há de admitir que um clima agradável, amigável e colaborativo, principalmente com seus superiores, torna o dia a dia muito mais fácil. A prova é que um levantamento feito pela Michael Page em 2019 apontou que 8 em cada 10 pessoas que pedem demissão o fazem por causa do chefe.
A liderança gentil é aquela em que o líder tem como missão promover um ambiente organizacional humanizado e mais positivo. Esse tipo de liderança entende que melhores resultados serão atingidos por meio do fortalecimento das conexões humanas e do bom relacionamento entre a equipe.
O líder que pratica a gentileza saberá equilibrar as suas necessidades com as do time e também com as de cada colaborador, com foco em promover o bem-estar: sentindo-se bem, as pessoas tendem a usar todo o seu potencial de produção e inovação.
Quando falamos nas novas gerações que ingressam no mercado de trabalho já com a demanda por propósito e realização – sem que para isso tenha de perder o equilíbrio com o bem-estar –, a gentiliza corporativa passa a ser o único estilo de liderança atrativo para elas.
Vale destacar que durante a pandemia passamos por muitas incertezas e transformações. Com o trabalho remoto e o distanciamento, a confiança se tornou um pilar para as tarefas seguirem sendo executadas com mais tranquilidade. A liderança gentil é um espaço seguro para que essa confiança seja desenvolvida e os desafios superados, resultando num time mais engajado e com a saúde mental mais bem preservada.
Como implementar a gentileza corporativa
Para as empresas que entenderam a importância de migrar para uma gestão mais humanizada, há algumas tarefas que contribuem para a construção desse “astral”.
1. Aprender a escutar
A base para a implementação da liderança gentil é saber ouvir. Uma escuta ativa que saiba compreender as dificuldades dos colaboradores e que deixe evidente a empatia e a acolhida.
As lideranças devem encorajar os colaboradores a expressarem suas dúvidas, suas preocupações e seus desejos, ao mesmo tempo em que os acolhem sem julgamentos.
Ao escutar as pessoas, a liderança certamente consegue diagnosticar como colaborar para satisfazer as demandas ou explicar os motivos para que não seja possível fazê-lo. A transparência é fundamental.
Os processos de escuta ativa podem ainda ser feitos em grupos. Nesses momentos, os membros da equipe podem trocar experiências e construir relacionamentos.
Convidados externos também podem acrescentar reflexões que gerem mais confiança e sentimento de pertencimento para a equipe.
Mais do que a obrigação de falar e ouvir, é imprescindível que haja o interesse em ouvir, acolher e agir em relação às questões levantadas pelo time.
2. Confiança é a base
Como falamos, a escuta é importante para que relações de confiança sejam estabelecidas, e a confiança é a “cola” que mantém a gentileza firme.
Líderes e liderados devem compartilhar as suas vulnerabilidades, o que é um primeiro passo para que a confiança seja estabelecida.
É importante que as lideranças compreendam que mostrar as suas vulnerabilidades não é uma desmotivação para a equipe, mas, sim, promove a humanização abrindo espaço para que as relações seja construídas.
Geralmente os times enxergam nos superiores um profissional que não pode errar e não tem dificuldades, o que é um complicador para que os colaboradores se sintam compreendidos.
Portanto, ser transparente ao compartilhar os seus desafios gera empatia em mão dupla. É um exercício de troca que demonstra a confiança. Afinal, se o líder está mostrando seus impasses, por que o colaborador não poderia?
3. Valorização e reconhecimento
Outra prática essencial para a construção da liderança gentil é o reconhecimento. E não estamos falando exclusivamente de cargos e salários. O mais importante é reconhecer os colaboradores como indivíduos que podem errar e também podem ser muito motivados a fazerem entregas excelentes.
Elogiar conquistas, ser flexível com as necessidades pessoais, compreender os obstáculos, agradecer entregas e compartilhar bons resultados são atitudes que demonstram valorização, compreensão e reconhecimento.
Fazer tudo isso é uma demonstração de gentileza e um ponto a ser sempre explorado.
4. Diversidade
Uma pauta que não pode ficar de fora ao falarmos em futuro e principalmente em gentileza corporativa é a diversidade.
Valorizar a diversidade é questão urgente no mundo empresarial e uma característica essencial para o líder gentil. Sentir-se seguro sendo quem é torna-se fundamental para que o time possa trabalhar unido, motivado e assim realizar as melhores entregas.
Além de trabalhar com políticas de contratação que visem à inclusão, a liderança gentil acolhe e respeita as diversas existências, ideias e culturas.
Ou seja, a liderança gentil é o caminho para promover o bem-estar, o desenvolvimento pessoal, a saúde mental, o equilíbrio e a realização para as pessoas encontrarem satisfação e felicidade no universo profissional.
E, para a empresa, é construída a boa reputação, elevando sua taxa de atração de talentos e o fomento a inovação.
Você também pode conferir mais sobre o assunto neste vídeo: