A importância da igualdade e da inclusão LGBTQIA+ na sociedade

Da vida social ao mercado de trabalho, ainda existem barreiras a serem vencidas

Publicado por Juliana Brito

28 de junho de 2022

A diversidade, nos tempos atuais, tem sido sinônimo de inovação, melhores resultados, empatia, segurança psicológica, inclusão, igualdade e produtividade. Por isso, nunca se falou tanto sobre a importância de tornar os espaços sociais mais inclusivos, diversos e sobre a importância da inclusão LGBTQIA+ no mercado de trabalho. Uma das manifestações mais simbólicas da luta por igualdade é o Mês do Orgulho LGBTQIA+, movimento político e social que defende a diversidade e a busca por mais representatividade e direitos.

Um estudo da Oldiversity mostrou que 77% dos entrevistados declararam aceitar a diversidade, 70% acreditam que as empresas e marcas devem integrar o tema diversidade e 54% dos entrevistados acreditam que as propagandas ajudam a criar uma sociedade mais tolerante. Mas, precisamos transpor o discurso e partir para a ação, tornando os ambientes mais diversos, sejam sociais ou profissionais. O público LGBTQIA+, por exemplo, deseja maior participação no mercado de trabalho.

Segundo os dados desse mesmo estudo, 75% dos entrevistados apontam que as empresas têm preconceito em contratar um profissional LGBTQIA+. Já em uma pesquisa feita pela consultoria de engajamento Santo Caos, 61% dos profissionais LGBTQIA+ brasileiros entrevistados disseram que escondem sua orientação sexual em suas empresas. Além disso, 41% dos gays afirmam terem sofrido discriminação em seu ambiente de trabalho por sua orientação sexual.

 

Liberdade para ser diferente

Quando algo soa “diferente”, a tendência é o estranhamento. A questão é: todos somos diversos. Além disso, o respeito deve estar em primeiro lugar, pois quando respeitamos e entendemos a realidade do outro, seus sonhos e dores, é possível começar a construir uma sociedade mais igualitária, exigindo políticas públicas de inclusão e permitindo mais qualidade de vida para todos.

Uma pesquisa do coletivo #VoteLGBT mostra que 28% dos LGBTQIA+ relataram ter recebido algum diagnóstico de depressão – o número para a população em geral fica em torno de 6%. Por isso que os cuidados com a saúde mental não podem ser deixados de lado e buscar a ajuda de profissionais é extremamente importante.

 

Uma parceria onde todos ganham

Ainda existem muitos desafios para o público LGBTQIA+ na sociedade, já que o preconceito é estrutural e se origina de crenças conservadoras e religiosas. Mas, quando eles perdem, a sociedade perde, a economia perde, o mundo perde. Segundo o Drive Research empresas altamente inclusivas são mais propensas a atingir suas metas financeiras em até 120%.

De acordo com a McKinsey, as empresas mais diversificadas têm mais probabilidade de desempenho financeiro superior. Outros estudos mostram que organizações com diversos líderes e funcionários inovam em um ritmo mais rápido, pois a diversidade de pensamentos alimenta o desenvolvimento de novos produtos e gera oportunidades para todos.

Um ambiente inclusivo tende a trazer aos funcionários um sentimento de pertencimento e, de modo geral, ajuda na retenção. Além disso, a inovação vem da diversidade de pensamento e experiência. Por isso, contrate pessoas diversas, fomente o debate e, principalmente, tire os projetos do papel. Com certeza, essa será uma parceria ganha-ganha!

 

A informação transforma

No Brasil, o movimento LGBTQIA+ começou a se desenvolver a partir da década de 70, em meio a ditadura civil-militar (1964-1985). Décadas se passaram, a comunidade conquistou alguns espaços de fala, mas eles ainda lutam por direitos básicos, como acesso à saúde, igualdade de direitos, liberdade de ir e vir e, principalmente, de ser quem se é sem receios.

A sociedade não tem mais desculpa para sustentar seus preconceitos com base na falta de informação, já que a tecnologia facilitou o acesso ao conhecimento e quebrou barreiras. Por isso, precisamos fomentar o tema em todos os ambientes sociais, levando, inclusive, para os locais onde a tecnologia ainda não chegou. Informe-se e transforme!

 

Rede de apoio

A família é a primeira referência de aprendizado e apoio que as crianças têm. Por isso, é fundamental que exista um canal de diálogo aberto e uma rede de apoio sólida. “Quando há acolhimento por parte da família, as chances de desenvolvimento de ansiedade e depressão diminuem, pois a pessoa tem a liberdade de ser quem é. Isso promove qualidade de vida, além de reduzir os riscos de marginalização”, afirma a psicóloga Claudia D’Andretta.

A falta de aceitação familiar pode prejudicar a saúde mental e física da pessoa LGBTQIA+, já que muitas vezes eles são expulsos de casa e obrigados a buscar outras formas de sobrevivência. Seja na família, seja entre amigos, a rede de apoio é indispensável para a integridade dessa população. Existem diversas casas de apoio que trabalham para auxiliar pessoas que não conseguiram apoio da família. Você pode ler mais sobre esses locais neste link .

 

E os pais?

Pode não parecer fácil fornecer apoio – porque você pode imaginar que ser pai ou mãe de uma criança LGBTQIA+ – os filhos vão enfrentar desafios únicos, e dessa forma você também pode se sentir desamparado. Mas, não é preciso ser um especialista, basta incentivar o diálogo, estar presente em todas as etapas da vida, estar atento aos sinais de bullying, se informar sobre o assunto e demonstrar que se importa.

 

Orgulho de ser humano!

A sigla GLS, que ganhou força na década de 90, evoluiu ao longo dos anos e passou a incluir pessoas de diversas orientações sexuais e identidades de gênero. Por isso, ela teve mudanças para refletir posicionamentos conforme a sociedade evoluiu. Hoje, a sigla mais utilizada é é LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexo, assexual e +).

Que a humanidade siga evoluindo ao ponto de pessoas serem classificadas, apenas, como pessoas, sem a necessidade de uma sigla para as representarem ou de um dia para celebrarem e manifestar o orgulho de serem diversos. Afinal, todos somos diferentes, distintos, variados, únicos.

 

Como posso fazer a minha parte?

Além do nosso papel de entender que a luta pela diversidade e inclusão nas organizações é de todos, como é que podemos auxiliar isso no dia a dia?

Conforme abordamos acima, citamos o quão necessário é trazer a diversidade para o nosso dia a dia, mas mais importante que nas empresas, isso também pode partir diretamente de você, começando em casa, ou com amigos.

Tenha empatia, incentive a procurar terapia para cuidar da saúde mental, não julgue. Começando assim, iniciamos a construção de um mundo com mais respeito e igualdade.

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