Um ponto muito importante da sociedade atual é a atenção e a importância destinadas à saúde. Refletindo esse comportamento social, o assunto também se tornou uma preocupação das empresas. É por isso que muitas delas têm implementado a chamada saúde coletiva.
Companhias que promovem o bem-estar se destacam e conseguem manter os melhores talentos na organização. Por isso, é imprescindível a promoção da saúde no ambiente corporativo, pois além de demonstrar cuidado com os colaboradores, a ação também auxilia nos resultados e na eficiência da própria empresa.
Esse termo não é particularmente novo, mas oferece grande leque de aplicações e possibilidades, ainda mais agora que está sendo aliado à realidade profissional. Afinal, a saúde coletiva visa, mais do que eliminar doenças, fortalecer os pilares de qualidade de vida e alimentação saudável, por exemplo.
Se quiser entender ainda mais sobre o assunto e como isso pode ser aplicado na sua organização, continue lendo o texto. Aqui, iremos abordar os seguintes tópicos:
• O que é saúde coletiva.
• Relação entre saúde individual e coletiva.
• Os 8 tipos de saúde.
• Como inserir saúde coletiva nas empresas.
Vamos lá?
O que é saúde coletiva
A saúde coletiva é compreendida como um campo de estudo e conhecimento resultante da união entre a biomedicina e as ciências sociais. O seu propósito é perceber socialmente o surgimento de doenças e, assim, organizar ações de prevenção.
Entender políticas de saúde e a promoção de bem-estar envolve compreender que muitas doenças são manifestações de práticas sociais, como a má alimentação ou o sedentarismo. Com isso, grande parte do objetivo da saúde, além de identificar as raízes por trás da disseminação de diversas doenças, é estimular ações de bem-estar e qualidade de vida por meio de orientação e políticas públicas, fortalecendo os 4 pilares da saúde.
Novamente, o conceito de saúde coletiva está intimamente aliado à ideia de como um conjunto de práticas e hábitos positivos é capaz de trazer um estado de bem-estar aos indivíduos, e não apenas a ausência de doenças. Esses hábitos são justamente o foco da saúde coletiva.
Se tem algo que a pandemia de Covid-19 nos ensinou é que práticas e hábitos individuais de saúde podem interferir fortemente no coletivo, não é mesmo?
No Brasil, começou a surgir a partir na década de 1970, a partir de diversas ideias e movimentos que visavam aprimorar as práticas sanitárias. Essas propostas, que promoviam também a universalização do acesso a sistemas de saúde, culminou na criação do Sistema Único de Saúde, conhecido como SUS.
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Relação entre saúde pública, individual e coletiva
A diferença entre essas múltiplas maneiras de cuidar da saúde pode confundir algumas pessoas. Para entendê-las apropriadamente, é melhor começarmos pela saúde individual.
Quando você está com dor de garganta persistente e rouquidão, por exemplo, você marca uma consulta com um otorrinolaringologista. Lá, esse especialista em ouvido, nariz e garganta irá avaliar apenas essas partes do seu corpo e lhe devolver um diagnóstico feito unicamente para o seu caso.
Em suma, o cuidado individual à saúde é mais especializado e compartimentalizado. O médico, nesse caso, vai prestar menos atenção ao corpo como um todo e nas razões sociais por trás do seu desconforto na garganta. O objetivo do profissional é entender e curar o seu desconforto.
A saúde coletiva, por outro lado, não trata de problemas individuais ou centralizados em partes específicas do corpo – ela busca entender os hábitos relacionadas a saúde e higiene de determinadas populações e oferecer estratégias saudáveis. Dentro do escopo da saúde coletiva temos, por exemplo, o saneamento básico das regiões, alimentação, relação da população com os órgãos de saúde lá presentes etc.
Nessa linha, enquanto na saúde individual a figura do médico é central, na saúde coletiva o quadro é composto por vários profissionais. Além dos médicos, podemos mencionar nutricionistas, terapeutas, técnicos de enfermagem, psicólogos e afins.
Quanto à saúde pública, é fácil: é o conceito da saúde individual disponibilizado à população por meio de políticas públicas, como o SUS. Vale destacar que a saúde coletiva é um dos braços da saúde pública, visto que lida com problemas que se manifestam a nível social – daí o termo “coletiva”.
Em resumo, a saúde individual e a pública, consequentemente, cuidam de indivíduos e buscam curar doenças. A saúde coletiva, por sua vez, analisa práticas e as necessidades relacionadas à saúde na sociedade. Assim, ela busca prevenir e promover bem-estar e qualidade de vida.
Os 8 tipos de saúde
Ser saudável envolve muito mais do que simplesmente ficar livre de doenças. Como apontamos anteriormente no texto, a saúde coletiva compreende que bem-estar e qualidade de vida também são aspectos cruciais para mensurar a saúde das pessoas.
É possível estar com o corpo físico completamente são, mas viver com pouco bem-estar devido a questões mentais, sociais ou financeiras, por exemplo. Por isso, a importância da saúde coletiva no Brasil é visível nessa nova concepção do que é ser e estar saudável.
Pensando nisso, a saúde é dividida em 8 diferentes categorias. Confira!
Saúde física
Esse é o conceito “clássico” de saúde, aquele que vem primeiro à mente quando estamos pensando no assunto.
Trata do corpo, portanto se relaciona a estar em boa forma, com um bom funcionamento dos órgãos, tendo energia e disposição para viver bem. Encapsula diversos outros tópicos essenciais, como nutrição e ciclo do sono.
Saúde emocional
Essa categoria foca nas questões mentais das pessoas. Sabemos que se sentir bem é essencial para desempenhar as atividades da rotina e ter qualidade de vida. Por isso, a capacidade de regular os sentimentos e manter a boa autoestima é e sempre foi vital.
Isso é ainda mais importante ao lembramos que a OMS definiu a depressão como o mal do século 21, além de apresentar o aumento de casos no Brasil. Se quiser avaliar como está sua saúde emocional, não deixe de conhecer nossa calculadora da depressão.
Saúde espiritual
Ao longo do século, muitos pesquisadores tentaram compreender como a crença em conceitos espirituais afeta o ser humano. Para grande parte da população, estar em contato com alguma religião e, consequentemente, sua espiritualidade, é essencial para alcançar qualidade de vida.
Assim, essa categoria foca na relação entre bem-estar e espiritualidade de maneira abrangente.
Saúde intelectual
Já viveu algum dia em que você se sentia incapaz de racionar com a mesma agilidade ou clareza? Se a resposta for sim, você sabe como é extremamente difícil e desconfortável essa situação. É seguro dizer que a ausência de saúde intelectual ameaça – e muito! – a qualidade de vida das pessoas.
Assim, esse tipo de saúde coletiva avalia a capacidade das pessoas de pensar com lógica, mensurar e tomar decisões, considerar perspectivas diferentes, comunicar-se claramente, tudo isso sem grandes dificuldades ou empecilhos. Afinal, essas habilidades são de máxima importância para viver bem no dia a dia.
Saúde financeira
Muitas pessoas entendem que saúde financeira é ter muito dinheiro, mas, na verdade, não é bem assim. O termo avalia como as pessoas lidam com o seu dinheiro. Assim, trata-se muito mais de uma questão de hábitos e organização do que quantidade.
Se alguém, mesmo não ganhando muito, é capaz de poupar um pouco todo mês e nunca precisa se desdobrar para pagar compras feitas no impulso, então essa pessoa tem saúde financeira. Se quiser entender mais sobre esse assunto, leia nosso artigo sobre isso aqui no Fala Omint.
Saúde familiar
A família representa os primeiros laços das nossas vidas. Para a maioria das pessoas, esses laços também as acompanharão até o fim. Por isso, mantê-los bem e equilibrados é essencial para a saúde coletiva.
Saúde profissional
Passamos grande parte dos nossos dias e, consequentemente, das nossas vidas, trabalhando ou pensando em trabalho. A esfera profissional é tão ampla em nossas mentes que, se não a mantermos em equilíbrio, fica extremamente difícil se sentir bem.
Indo além, essa categoria de saúde coletiva também engloba as questões de ergonomia e saúde do trabalho. Ter conforto ao trabalhar é essencial para a sua saúde física e evitar acidentes de trabalho.
Saúde social
O ser humano é uma criatura social. Faz parte da nossa essência o desejo de pertencer e estar próximo de outras pessoas. Quando não conseguimos, a solidão prejudica imensamente a qualidade de vida e interfere em diversos outros tipos de saúde.
Justamente por isso, a saúde coletiva entende que o social deve ser um dos seus focos.
Como inserir saúde coletiva nas empresas
Agora que você já entendeu a importância da saúde coletiva, provavelmente esteja se perguntando como é possível promovê-la dentro da sua organização. Afinal, um ambiente de trabalho que proporciona bem-estar e qualidade de vida não apenas se transforma num lugar cobiçado por novos colaboradores como, internamente, torna-se muito mais eficiente e harmonioso.
A promoção de saúde nas empresas não é nenhuma tarefa impossível e os seus resultados são valiosos. Com algumas práticas constantes, a sua organização viabilizará a saúde coletiva. Veja aqui algumas delas!
Apoio à saúde mental
A saúde mental – ou emocional – é um tópico de extrema importância, cuja relevância tem crescido cada vez mais. O ambiente profissional é, muitas vezes, um espaço estressante. Isso é inevitável.
Contar com estratégias de descompressão é essencial para aliviar essa tensão.
Implementar a gestão humanizada, contar com parcerias e benefícios para sessões de terapia e monitorar por meio de pesquisas o humor – ou “clima” – na organização são pequenas ações que podem ser adotadas para promover o bem-estar.
Reeducação alimentar e nutricional
Muitas pessoas não têm conhecimento do quanto a nossa alimentação interfere na saúde. Outras pessoas sabem desse fato, mas ainda assim têm muita dificuldade de reformular a sua dieta.
O que ingerimos diariamente interfere na nossa saúde física, emocional e intelectual também. Empresas podem promover políticas de saúde coletiva e reeducação alimentar por meio de palestras, atividades em grupo e parcerias com serviços e instituições voltadas a esse fim.
Incentivo a check-ups e monitoramento de condições crônicas
Ter acompanhamentos com um profissional é essencial para a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida de qualquer pessoa. Isso é ainda mais verdadeiro ao pensarmos em quem tem predisposições genéticas e condições crônicas.
Pensando nisso, é possível promover saúde nas empresas com semanas de conscientização e estímulo aos colaboradores para fazerem seus check-ups e monitorarem sua saúde.
Estímulo a realizar atividades físicas
Seja musculação, dança ou esportes, não importa! Sabe-se que colocar o corpo em movimento traz inúmeros benefícios para a saúde como um todo. É especialmente importante para as nossas esferas físicas, mentais e sociais.
Organizações interessadas em ações de saúde irão se beneficiar muito ao estimularem seus colaboradores a participarem de atividades físicas.
Uma empresa saudável auxilia seu time a ser também saudável. Mantenha a saúde coletiva como um objetivo da sua organização e veja os inúmeros benefícios advindos dessa prática!