Cabelo preto faz seguro mais barato

O assessor financeiro Alexie Laytynher fala de vantagens do planejamento financeiro na juventude, da participação da mulher nas decisões familiares e do poder de alavancagem oferecido pelo seguro: "Nenhum investimento faz isso."

Publicado por administrator

20 de agosto de 2018

Cabelo preto faz seguro mais barato

O assessor financeiro Alexie Laytynher fala de vantagens do planejamento financeiro na juventude, da participação da mulher

nas decisões familiares e do poder de alavancagem oferecido
pelo seguro: “Nenhum investimento faz isso.”

 

por Otávio Rodrigues

 

O local é pequeno, simples, dispõe de uma bancada no maior dos ambientes, logo à entrada, e de mesas comuns nas duas saletas logo adiante, daí uma cozinha apenas funcional, onde um dos três sócios acaba de preparar o café. Que as aparências não enganem: estamos na base paulistana da ADX Invest, uma das assessoras de investimentos da XP, do rol das maiores corretoras do país, associada ao Itaú desde o final de 2017.

O diretor executivo da ADX, Alexie Laytynher, está no mercado financeiro há 12 anos. Baiano da capital, família de vida simples, desde cedo ele aprendeu a valorizar muito o que ganha. Conta que começou trabalhando como apresentador de programas infantis no interior do estado, passou pelo Banco Real, pelo Banco Nacional, que se formou em Administração de Empresas e, mais tarde, atuou em corporações nacionais e multinacionais. Durante um bom tempo, viajou o país a bordo de gigantes como Petrobras e Vale do Rio Doce, entre outras. “Num dia, eu estava em Minas Gerais numa mina subterrânea da Vale, a 600 metros de profundidade; no outro, estava em São Paulo num curso sobre a Vale enquanto companhia, sua presença na Bolsa etc.” Em 2006, quase guinando para negócios internacionais e operações de trades, já com o curso de Comércio Exterior concluído, se deu conta de uma vocação latente. “Fui picado pelo mercado financeiro.”

Laytynher diz que sempre esteve em contato com esse mundo. “Comprava ações, seguia os índices, fui bastante estimulado por um professor de mercado de capitais, tudo colaborava.” Frequentando cursos atrás de cursos, polindo seus conhecimentos, ficava espantado com o crescimento do mercado de ações e, por outro lado, com o quão pouco seus amigos sabiam sobre o assunto – e como continuavam investindo, mesmo assim! “Pensei… acho que tem uma possibilidade aí: ensinar as pessoas a fazer direito o que já estão fazendo sem saber.”

Logo, junto com dois outros profissionais do mercado, iniciava as atividades da B2, escola de educação financeira com foco no mercado de capitais. Bombou. “Em pouco tempo a gente percebeu que precisava abrir o horizonte de negócios e decidiu abrir um banco de investimentos.” Na percepção deles, o serviço das corretoras estava ruim, especialmente o atendimento na ponta. “Existia pouca especialização para entender melhor esse cliente de varejo.” Estavam certos.

Conversamos com o especialista Alexie Laytynher e tomamos nota de suas dicas para quem quer investir bem, garantindo saúde, bem estar e qualidade de vida para si mesmo e toda a família. Confira!

 

* * *

 

O tempo é generoso

Consenso entre investidores experientes: quanto mais cedo na vida fazemos um planejamento financeiro previdente e começamos a investir, melhor. “O tempo é o grande amigo – ou o inimigo, entre os que não se preparam”, afirma o assessor de investimentos Alexie Laytynher, da ADX Invest, explicando que a pouca idade permite admitir riscos de mercado que seriam inviáveis para alguém de 60 anos. “O investidor precoce tem bastante saúde à disposição, um espaço de tempo laboral extremamente positivo em seus planos de acumulação financeira, folga suficiente para corrigir algumas rotas.” Laytynher não precisa ir muito longe para achar um exemplo de como e por que tudo fica mais fácil nessa época da vida: foi assim com ele. “Comecei minha previdência privada por volta de 1994 quando trabalhava no Banco Real, que oferecia esse benefício. Cabia a cada um definir qual a alíquota de pagamento sobre seu salário e eu sempre escolhia a alíquota máxima. Ora, era solteiro, sem filhos, ainda morava com meus pais… Essa é a situação ideal para começar a acumulação.”

 

O que os brasileiros precisam saber

Montar um planejamento securitário é outra boa ideia entre os que ainda têm cabelo preto. “O que compra seguro de vida não é dinheiro, é saúde!”, afirma o especialista Alexie Laytynher, co-fundador e diretor executivo da ADX Invest, uma das assessoras de investimentos da XP. Ele explica que as seguradoras simplesmente definem o custo do prêmio a ser pago mês a mês com base no risco – que é baixo quando o cliente é um jovem de 20 anos e, naturalmente, bem maior quando ele tem 50 ou 55 anos. “Quanto mais saudável e novo você for, mais barato será para mitigar seus riscos futuros. O brasileiro parece não saber disso, costuma se preocupar com a questão tarde demais.”

 

Formando patrimônio do zero

“Investimento nenhum pode alavancar você como um seguro alavanca.” A afirmação é do assessor de investimentos Alexie Laytynher, que logo se dispõe a explicar direitinho o que quer dizer com isso. “Alavancar é fazer, de zero, um patrimônio que você ainda não tem. Vamos supor que eu faça um seguro de vida com uma cobertura de 1 milhão de reais. A partir do momento que a apólice é emitida e eu pago o primeiro mês, já posso contar, em caso de invalidez, ou minha família poderá contar, se eu vier a faltar, com 1 milhão de reais acumulado. Ou seja, estou alavancando um patrimônio que eu e minha família ainda não temos. Investimento nenhum faz isso.”

 

Poder feminino  

Casado com uma executiva da área de tecnologia de uma grande companhia de varejo, pai de uma menina de 10 meses, o assessor de investimentos Alexie Laytynher conta que não decide o destino da família sozinho. “Lá em casa, sempre sentamos juntos para cuidar do planejamento financeiro e dos investimentos.” O princípio é seguido à risca na ADX Invest, da qual é co-fundador e diretor executivo.

“Geralmente atendemos clientes prioritários, de alta renda, casados, e com o tempo começamos a perceber que, nas decisões do ponto de vista patrimonial e financeiro, a esposa tem um papel preponderante.” Era comum a equipe fechar com o marido um planejamento de médio e longo prazo e, passados quatro ou cinco meses, ele ligar dizendo que precisava desaportar o investimento. “Vimos que era bem melhor pedir que a esposa participasse de todo esse processo – e os filhos também, de preferência. O que se está definindo ali não é o futuro de apenas uma pessoa, mas de toda uma família. Parece óbvio, mas não é o que o mercado pratica. E as esposas gostam muito, a gente vê isso. Elas percebem que há um profissional de investimentos olhando não só para o homem da casa, mas para a família, para os filhos, para os sonhos e a proteção de todos.”

 

Futuro tamanho família

Alexie Laytynher, diretor executivo da ADX Invest, explica que a assessoria que oferece não é apenas a de planejador financeiro, mas de planejador familiar. “Tenho de entender de sonhos, de riscos, de labor. Tenho de saber quem são os provedores daquela família e em quanto cada um pesa no orçamento e, ainda, qual o tamanho do orçamento. Preciso saber quais são os sonhos daquela família, assim como o momento da educação em que os filhos estão – tenho de levar em conta quanto falta para que se tornem independentes.” Segundo ele, costuma ser um processo fluido e franco, não há resistência sequer na hora de se abrir caixa preta. “Há instrumentos financeiros que permitem preservar os interesses de um ente que não pertença a família legítima, por exemplo. Eventualmente, em conversas confidenciais, com maridos e esposas separadamente e sempre os levando a falar por conta própria, apontamos que aquele é o momento certo para tratar do assunto.

O fato é que, quando o propósito de um planejamento financeiro é bem colocado para a família, se observa uma posição muito colaborativa de todos os envolvidos.”

 

Os 5 planejamentos que toda família deveria considerar

O especialista Alexie Laytynher, da ADX Invest, uma das assessoras de investimento da corretora XP, aponta e comenta as necessidades básicas do planejamento de uma família.

1• Planejamento financeiro

É a base do negócio, engloba os demais itens.

2 • Planejamento previdenciário

A previdência tem função importante quando se pensa em desembaraço de inventário, por exemplo. Muita gente, porém, investe em previdência privada e não sabe do que se trata, para que serve, quais são as condições tributárias, como se aplica.

3 • Planejamento securitário

Temos de pensar no que é imponderável. Um profissional liberal que não tem outras fontes de renda, por exemplo: se ele faltar ou ficar inválido, deixando de garantir as provisões habituais de recursos, a família corre riscos. É aí que entra o seguro – não apenas o seguro de vida, mas também o seguro de carro, que precisa estar bem dimensionado, e se a família está bem coberta quando faz viagens no Brasil e no exterior etc.

4 • Planejamento sucessório

Nesta esfera, a partir de um entendimento de como está o patrimônio da família, podemos chegar ao melhor instrumento para salvaguardar os bens, caso aconteça algum imprevisto – ou, no mínimo, se preparar para uma futura distribuição entre os filhos.

5 • Planejamento tributário

Aplica-se principalmente entre os que possuem patrimônio um pouco maior, entre 5 ou 10 milhões de reais. É uma tarefa para advogados tributaristas, mas são os assessores financeiros quem primeiro identificam essa necessidade ao elaborar o planejamento financeiro.

 

A filha do peixe

Casa de ferreiro, espeto de ferro: a filha do assessor financeiro Alexie Laytynher, diretor executivo da ADX Invest, está com apenas dez meses, mas já tem um futurinho garantido. “Com uma semana de vida, ela tinha uma previdência”, conta o pai. “Com três semanas, ganhou uma carteira de ações.” Ele explica que divide a responsabilidade com a esposa, executiva da área de tecnologia em uma grande empresa de varejo. “A mãe assumiu os custos da previdência, eu a parte de ações. Quando ela tiver 18 anos, decidirá o que fazer. Poderá resgatar os recursos da previdência e transformá-los em um produto de seguro, por exemplo. Bem, está claro que ela vai ter de tomar decisões cedo na vida.”

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