O Outubro Rosa nos lembra da relevância de cuidar da saúde feminina, especialmente no que diz respeito à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama.
Nesta entrevista, conversamos com duas médicas credenciadas pela Omint: a mastologista Mila Miranda e a ginecologista Juliana Zampieri, que esclareceram as principais dúvidas sobre a saúde da mulher.
Desde a importância das consultas regulares até a escolha dos exames e tratamentos mais adequados, as respostas das especialistas oferecem orientações fundamentais para que você, mulher, cuide melhor do seu corpo e adote hábitos saudáveis que contribuem para a prevenção de doenças graves.
Boa leitura e cuide-se!
Confira 8 perguntas para a Dra. Juliana Zampieri, ginecologista da clínica Célula Mater e credenciada Omint.
#1. Qual é a importância de diagnosticar o câncer de mama precocemente?
O diagnóstico precoce do câncer de mama é crucial, pois, quanto mais cedo a doença for detectada, maiores são as chances de cura e menos agressivo será o tratamento.
#2. Qual periodicidade é a mais indicada para frequentar o ginecologista?
Recomenda-se que toda mulher visite o ginecologista pelo menos uma vez por ano, mesmo que não apresente sintomas.
#3. Quais exames devem ser feitos anualmente para prevenir o câncer de colo do útero?
Para a prevenção do câncer de colo do útero, o exame de citologia líquida (Papanicolau) é recomendado, idealmente combinado com a avaliação do DNA do HPV.
#4. Qual é a diferença entre tomossíntese e mamografia?
A mamografia convencional gera imagens em duas dimensões (2D), enquanto a tomossíntese cria imagens em 3D, em camadas, permitindo a visualização mais detalhada do tecido mamário e facilitando a detecção de lesões.
#5. Existe alguma recomendação especial para mulheres com histórico familiar de câncer de mama?
Sim. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama têm recomendações especiais. Uma avaliação detalhada é necessária. Além disso, o rastreamento é iniciado mais cedo, com exames mais frequentes, e pode-se considerar medidas preventivas como cirurgia redutora de risco ou o uso de medicações preventivas.
#6. Como as mudanças hormonais na menopausa podem afetar a qualidade de vida, e quais tratamentos estão disponíveis?
A menopausa pode causar sintomas físicos e emocionais como ondas de calor, alterações de humor, insônia, diminuição da libido e secura vaginal, além de aumentar o risco cardiovascular e de osteoporose.
Os tratamentos incluem terapia hormonal (oral ou transdérmica) e opções não hormonais, como antidepressivos e fitoterápicos. Localmente, o uso de laser vaginal, estrogênio vaginal, lubrificantes e hidratantes íntimos também podem ajudar.
#7. Como o estresse e a saúde mental podem impactar a saúde reprodutiva e hormonal das mulheres?
O estresse pode impactar negativamente a saúde hormonal das mulheres, afetando a produção de hormônios reprodutivos e, em alguns casos, inibindo essa produção.
#8. Como a atividade física e a alimentação podem influenciar na prevenção do câncer de mama e de colo do útero?
A prática regular de exercícios e a alimentação saudável ajudam a reduzir o risco de câncer de mama e de colo do útero, além de promoverem o bem-estar geral. A atividade física regula os níveis hormonais, reduz a inflamação no organismo e diminui a gordura corporal, fatores que podem reduzir o risco de desenvolver esses tipos de câncer.
Confira 8 perguntas para a Dra. Mila Miranda, mastologista credenciada Omint.
#1. Com qual idade a mulher deve procurar uma mastologista? Em que momento da vida o risco de câncer de mama deve ser avaliado?
Na ausência de sintomas, recomenda-se que as mulheres façam a primeira consulta com o mastologista por volta dos 25 anos, para avaliar o risco de câncer de mama com base na história pessoal e antecedentes familiares. A partir dos 40 anos, o ideal é realizar consultas anuais e a mamografia uma vez por ano.
#2. O que pode significar dor nas mamas? Quando devo procurar ajuda médica?
A dor nas mamas é uma queixa comum nos consultórios de mastologia e pode ter diversas causas. Aqui estão algumas:
- alterações hormonais: as dores podem ser causadas por variações hormonais decorrentes do ciclo menstrual;
- efeitos colaterais de medicamentos: pílulas anticoncepcionais e tratamentos de infertilidade podem desencadear dores mamárias;
- gravidez e lactação: as mudanças fisiológicas nesses períodos podem causar dores nas mamas;
- mastite: inflamação dos ductos mamários, tratada geralmente com antibióticos;
- cistos mamários: pequenas bolsas de líquido que podem causar dor e sensibilidade. Avaliação médica é recomendada para descartar nódulos malignos.
#3. Quais exames devem ser feitos anualmente para prevenir o câncer de mama?
A mamografia anual, a partir dos 40 anos, é o principal exame para diagnóstico precoce.
#4. Como as mudanças hormonais na menopausa podem afetar a qualidade de vida, e quais tratamentos estão disponíveis?
A queda de estrogênio na menopausa pode causar uma série de sintomas, como:
- alteração no ciclo menstrual;
- ondas de calor (fogachos);
- ansiedade e depressão;
- alterações cognitivas leves;
- irritabilidade;
- alteração do sono;
- redução do metabolismo basal;
- perda de massa óssea;
- diminuição da libido.
Antes de iniciar um tratamento farmacológico, recomenda-se mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos regulares, dieta balanceada, manutenção do peso e cuidado com a saúde mental. Terapias hormonais podem ser usadas, mas devem ser avaliadas com o mastologista.
#5. No caso da menopausa, como funciona o acompanhamento com a mastologista?
O acompanhamento continua com consultas anuais, exames físicos e mamografias. O mastologista pode auxiliar na decisão sobre o uso de terapia hormonal e orientar sobre os riscos envolvidos.
Está gostando do conteúdo? Aproveite para assistir ao vídeo sobre os melhores hábitos para a saúde feminina, com a Dra. Mila Miranda.
#6. O que o peso tem a ver com câncer de mama?
A obesidade está associada a um aumento significativo no risco de câncer de mama, especialmente após a menopausa. Mulheres obesas têm até 30% mais chances de recorrência da doença e maior probabilidade de desenvolver tumores mais agressivos.
#7. Ultrassom de mama pode detectar o câncer precocemente?
A mamografia é o principal exame para a detecção precoce do câncer de mama, sendo capaz de identificar calcificações pequenas que o ultrassom não consegue. No entanto, o ultrassom pode ser útil em mulheres com mamas densas, complementando a mamografia.
#8. Ao longo da vida, quais cuidados as mulheres devem ter para diminuir o risco de câncer de mama?
Além de realizar a mamografia anual, adotar hábitos saudáveis é crucial para reduzir o risco de câncer de mama:
- não fumar;
- evitar o consumo regular de álcool;
- manter uma dieta balanceada;
- praticar exercícios físicos regulares (150 minutos por semana) ;
- manter o controle das emoções e cuidar da saúde mental;
- não usar hormônios sem orientação médica.
Para ler aqui no blog: De que maneira os exercícios físicos contribuem para a saúde mental?
Conclusão
Cuidar da saúde é um ato de amor próprio e responsabilidade. Como vimos nas respostas da Dra. Mila Miranda e da Dra. Juliana Zampieri, adotar uma rotina de cuidados regulares, realizar exames preventivos e estar atenta às mudanças no corpo são passos essenciais para a prevenção de doenças como o câncer de mama e o de colo do útero.
Cada fase da vida traz desafios, mas, com o acompanhamento adequado e a adoção de hábitos saudáveis, é possível enfrentar esses momentos com mais segurança e tranquilidade. Lembre-se: a prevenção ainda é a melhor forma de proteção. Valorize-se, cuide-se e inspire outras mulheres a fazer o mesmo.