Falar sobre dinheiro ainda parece ser tabu em qualquer ocasião. E, quando esse assunto envolve relacionamento, a sensação é que isso pode ficar ainda mais difícil. O medo de ser desagradável ou tocar em um ponto tão delicado muitas vezes faz esse tema ser postergado ou até mesmo evitado, vindo à tona somente quando algum problema aparece.
Para que isso não aconteça, essa barreira precisa ser quebrada caso você esteja pensando em começar a planejar uma vida a dois, aumentar a família ou até mesmo organizar as finanças do casal. Neste artigo, você vai poder aprender mais sobre como fazer essa organização e sobre a importância dela. Vamos lá?
Qual o primeiro passo para iniciar um planejamento financeiro a dois?
Essa é a pergunta que todos gostariam de ter a resposta correta, mas, na verdade, existem diversos fatores que podem influenciar a questão.
Sabemos até agora que esse é um ponto delicado em qualquer fase da relação. Quando não conversado, situações relacionadas a esse assunto podem levar a discussões e até mesmo a grandes desavenças. Segundo dado levantado pelo IBGE , 57% dos divórcios realizados no Brasil na última década tiveram motivações financeiras.
O maior problema é que o assunto acaba sendo evitado por medo de parecer desagradável, ou que o outro se sinta pressionado de alguma forma.
Mas, com essa evitação, quando essa conversa de fato acontece, já é por conta de algum fato desagradável, como uma dívida ou um atraso.
Para ter noção, pesquisa feita sobre orçamento familiar pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas – CNDL, em parceria com o Banco Central, revela o principal motivo das discussões entre casais: 38% dos entrevistados disseram que as brigas ocorrem devido ao parceiro gastar além da sua capacidade financeira e 27% afirmaram que um dos motivos é o fato de o par não conseguir guardar dinheiro.
Portanto, como podemos observar, o primeiro passo para executar um planejamento financeiro a dois é diálogo e planejamento.
Organizando as finanças
Inúmeros problemas podem ser evitados se o assunto financeiro deixar de ser tabu entre o casal. Esse é, sem dúvidas, o passo crucial para que o planejamento se inicie.
Uma vez que o tema é introduzido na rotina do par, fica mais fácil achar alternativas para que os planos possam realmente sair do papel!
Antes de citarmos algumas dicas, vale destacar que o plano precisa funcionar para o casal, pois não existe certo e errado: apenas diferentes formas de ter um bom resultado.
As sugestões a seguir podem servir tanto para quem está planejando uma vida a dois, morando junto ou não, casais que já estejam casados e até mesmo querendo aumentar a família.
Resolvendo o básico
Todo casal possui contas em comum, principalmente se já moram juntos: luz, aluguel, carro. Ou seja, são aqueles gastos fixos do mês, que não podem deixar de ser pagos. Eles devem ser prioridade.
Para facilitar, é bom definir quem vai efetuar os pagamentos e reunir os comprovantes. É possível também cadastrar todas essas contas em débito automático para não correr o risco de atrasar e acabar gerando uma discussão.
Estabelecendo metas a dois
A chave do planejamento financeiro a dois pode estar aqui. Um casal é também uma parceria, que precisa ser nutrida e cuidada. Por isso, as metas a médio e longo prazo precisam ser determinadas por ambos.
Seja para viajar, comprar uma casa, seja para aumentar a família, o planejamento financeiro estará sempre envolvido, pois para concretizar sonhos muitas vezes é preciso guardar ou economizar dinheiro.
Uma vez que as metas estão definidas, os passos para chegar até elas já podem ser traçados, atribuindo a cada um o que é necessário para atingi-las. Dessa forma, isso já fica preestabelecido e contribui muito para que os objetivos sejam alcançados.
Existem algumas opções para esse passo. Vocês podem, por exemplo, pesquisar sobre investimentos que façam sentido para o casal, para que o dinheiro se multiplique com mais facilidade.
Também é necessário garantir que nenhum imprevisto os impeça de algo no meio do caminho. O Seguro de Vida, nesse caso, é indispensável. Como? Supondo que algum de vocês dois sofra algum acidente, coberto em apólice, e precise ficar sem trabalhar por um período, com o seguro de vida a reserva financeira do casal será preservada.
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Mantendo a individualidade
Manter a individualidade financeira também faz parte da organização das finanças do casal, sabia?
Uma vez definido o pagamento de contas fixas e o estabelecimento de metas do casal em conjunto, é hora de também planejar a sua parte para que você conclua as tarefas que quiser, sem precisar se justificar ao outro.
Quer comprar livros, cursos, produtos de beleza, celular? Tudo isso é saudável e precisa ser mantido. Por isso, parte da renda deve ser destinada somente a você.
Essa questão também é essencial para evitar discussões no futuro. Como vocês já possuem as prioridades do casal estabelecidas, os dois terão a liberdade para adquirir o que desejam sem afetar a relação.
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Como fazer essa divisão?
Talvez esse seja o tópico mais delicado. Isso porque dificilmente o casal terá exatamente o mesmo salário. Existem casos em que o casal é proprietário de alguma empresa, na qual acaba trabalhando junto.
Mas, na maioria das vezes, cada um tem a sua função e o seu salário. E o que fazer nesse momento?
Quem ganha mais paga mais?
Alguns especialistas dizem que a forma mais justa de fazer a divisão de contas é com base nos 70/30. Ou seja, quem ganha mais paga mais.
Vamos supor que um ganhe R$ 3.000 e o outro R$ 2.000. Logo, a renda total da casa é de R$ 5.000.
No esquema 70/30, as despesas ficariam assim: quem ganha R$ 3.000 contribui com 70% do seu salário, ou seja, R$ 2.100, e quem recebe R$ 2.000 colabora com 30%, ou seja, R$ 600.
Melhor ser 50/50
Há também quem defenda que, independentemente do quanto cada um ganha, o mais justo é dividir as contas por igual. Tudo isso vai depender do perfil do casal.
Quem vai pagar o quê?
O mais recomendado para não sobrecarregar nenhum dos dois é cada um ficar com algumas tarefas. Por exemplo, enquanto um se encarrega de pagar a luz e a internet, o outro fica responsável por ficar de olho nos investimentos.
Outra opção também é a conta conjunta. Dessa forma, todos os rendimentos destinados a despesas conjuntas ficam em um lugar só.
Conversar antes, colher os frutos depois
Eis o maior aprendizado até aqui: se o desejo é ter um bom planejamento financeiro para o casal, o diálogo é imprescindível. Seja antes, durante, não interessa.
O mais importante é que o assunto seja normalizado para que isso se torne parte do dia a dia e não seja visto como cobrança ou algo que não deva ser falado.
Como em qualquer outra sociedade ou parceria, a questão financeira é parte importante, e não seria diferente entre um casal.
Você já tinha pensado dessa forma para planejar as finanças com o seu parceiro? Esperamos ter ajudado!
Até a próxima.