Ainda há muitas incertezas sobre o comportamento do novo coronavírus em diversos grupos da sociedade. Os pesquisadores estão desenvolvendo estudos para entender o impacto da Covid-19 em gestantes, por exemplo. No início de abril de 2020, o Ministério da Saúde incluiu grávidas e puérperas no grupo de risco. A decisão é de proteger e dar mais atenção à essa população. No entanto, não existem evidências de que as futuras mães corram mais riscos de desenvolver a doença de forma mais grave do que as outras pessoas em geral.
Para esclarecer algumas dúvidas muito comuns nesse período, o Dr. Marcos Loreto, diretor médico técnico da Omint, conversou com o Dr. Lívio Dias, infectologista da Maternidade Pro Matre Paulista. Confira o vídeo completo:
Neste artigo, você vai conferir:
- Grávida e Covid-19: atual cenário
- Os riscos do último trimestre de gestação
- A hora do parto em tempos de pandemia
- Pós-parto e amamentação
>>Leia também: Tudo que você precisa saber sobre o novo coronavírus
1. Grávida e Covid-19: atual cenário
Por se tratar de uma doença nova, as informações sobre a Covid-19 têm mudado o tempo todo. Por isso, é importante que a mulher grávida e sua rede de apoio busquem dados atualizados em fontes confiáveis. O Dr. Lívio Dias, infectologista da Maternidade Pro Matre Paulista, aponta que até o momento não há evidências de transmissão da Covid-19 ao feto na gestação. “Além disso, não foram identificadas malformações fetais por conta da Covid-19”, destaca.
A primeira orientação dos especialistas é essencial para a saúde da mãe e do bebê: manter o pré-natal em dia com acompanhamento especializado e personalizado. No entanto, com tantas mudanças no funcionamento de consultórios, hospitais e postos de saúde, é importante que a gestante faça combinações com os profissionais que estão lhe acompanhando para que ela esteja protegida em encontros presenciais.
O infectologista também ressalta que grávidas com diabetes, hipertensão ou outras complicações precisam de maior atenção para não desenvolver um quadro mais delicado em caso de infecção. Para esse grupo, o Ministério da Saúde recomenda cuidados semelhantes ao da população em geral:
- lavar as mãos com água e sabão e fazer uso do álcool em gel;
- manter o distanciamento social sempre que possível;
- evitar tocar olhos, nariz e boca;
- praticar a etiqueta respiratória: cobrir boca e nariz com o cotovelo dobrado ou com lenço quando tossir ou espirrar;
- se tiver febre, tosse ou dificuldade para respirar, procurar imediatamente assistência médica.
Em caso de suspeita, é preciso seguir os protocolos de testagem do município, mas a recomendação da Organização Mundial da Saúde é que gestantes com sintomas da doença sejam priorizadas para testagem.
Em vídeo:Confira informações de especialistas sobre os testes para Covid-19
2. Os riscos do último trimestre de gestação
De acordo com o Dr. Lívio, o último trimestre de gestação é considerado o mais delicado da gravidez em caso de contágio pelo novo coronavírus. “Na maioria das gestantes evolui de forma menos delicada, mas nas formas mais graves, principalmente com comprometimento pulmonar, pode haver antecipação do parto. Afinal, a grávida precisa oxigenar o corpo por ela e pelo bebê”, enfatiza.
Para dar espaço ao feto, com a expansão do útero, o tamanho da cavidade torácica da mulher diminui durante a gravidez, deixando os pulmões com menos espaço para atuar. Por isso, ao final da gestação – quando a barriga fica ainda maior – é comum ter dificuldades para respirar e até falta de ar. Essa alteração mecânica da respiração pode atrapalhar a detecção de sintomas da Covid-19 nas grávidas.
Lembre-se: a imunização ao vírus da influenza é muito importante nesse período. Por isso, gestantes devem tomar a vacina da gripe.
3. A hora do parto em tempos de pandemia
O parto é um momento idealizado e até planejado por muitas mulheres. Em meio à pandemia, instituições, hospitais e maternidades precisaram fazer alterações em seus protocolos, como mudar as regras sobre acompanhantes e bloquear visitas no pós-parto. A escolha sobre a via de parto será determinada pela condição clínica da paciente.
Nas últimas semanas, mulheres com gravidez de risco habitual – isto é, em que mãe e filho não apresentam nenhum problema – devem manter os cuidados relacionados ao novo coronavírus e as recomendações comuns para esse período. Assim, quando entrar em trabalho de parto, a grávida poderá ir à maternidade tranquila.
Segundo o infectologista da Pro Matre Paulista, existe o risco de transmissão no parto pelo contato do bebê com secreções da mãe. Por isso, a orientação deve ser individualizada e o ambiente preparado para as condições da mãe.
4. Pós-parto e amamentação
A OMS defende que a amamentação aconteça logo na primeira hora de vida do bebê, protegendo o recém-nascido de infecções e reduzindo a mortalidade neonatal. No momento, não há evidências científicas sobre a transmissão do coronavírus pelo leite materno. Por isso, essa recomendação é mantida: mães com Covid-19 podem e devem amamentar. “Já no pós-parto, se a paciente for caso confirmado de Covid-19 e se encontrar no período de transmissão da doença – que são duas semanas após os primeiros sintomas – é importante o cuidado para evitar a transmissão ao bebê e estabelecer protocolos”, aponta o Dr. Lívio.
No caso da Pró Matre, na saída da maternidade a orientação é que as pacientes tenham ajuda em atividade da rotina que exigem maior contato com o bebê, como dar banho e trocar fraldas. Caso a mãe contaminada tenha contato com o bebê, ela deve usar máscara (confira todas as informações sobre o uso de máscaras contra o coronavírus).
Quanto à amamentação, o especialista pondera que deve ser estimulada e sempre com os devidos cuidados. “De forma nenhuma contraindicamos a amamentação, inclusive recomendamos. No entanto, se a mãe está em fase de transmissão de novo coronavírus, ela deve higienizar mãos, seios e usar máscaras durante a amamentação”, salienta.
Os bebês recém-chegados já recebem uma atenção especial que deve ser mantida no contexto de pandemia. Independentemente do estado de saúde da grávida ou puérpera, o mais importante é que a mulher possa ter o apoio de bons profissionais em todo o seu processo.
Clientes dos planos Omint contam com o Programa Boa Hora, no qual uma enfermeira obstetra faz o acompanhamento durante toda a gravidez e o pós-parto, trazendo mais segurança para a mulher. Durante a pandemia, as orientações do Boa Hora são realizadas por telefone ou videoconferência. Caso a paciente ainda prefira a visita presencial da enfermeira, a Omint proporciona todos os equipamentos de proteção individuais (EPIs) necessários para essa aproximação.
Além desse benefício específico para grávidas, clientes Omint podem acionar o serviço Dr. Omint Digital quando houver necessidade de orientação de um pediatra ou clínico geral.