Conhecimento não ocupa espaço, mas excesso de informação o tempo todo, sim. Dizemos isso porque vivemos em um tempo onde não existe mais o termo “off-line”! Todos estamos conectados 100% do tempo por meio de algum dispositivo, como celular, notebook, tablet, entre outros.
Hiperconectividade é um termo que serve para descrever exatamente isso: estar conectado o tempo todo. Esse hábito vem consumindo bastante a nossa energia e saúde mental, como você já deve imaginar.
Neste artigo, abordaremos as mudanças de comportamento social decorrentes da hiperconectividade, os impactos dela na saúde e como você pode se proteger disso. Acompanhe até o final!
O que é hiperconectividade?
A cada ano que passa, a tecnologia evolui rapidamente, facilitando nossas vidas e nos mantendo conectados. No entanto, isso tem afetado diretamente nosso comportamento. Antes, a comunicação era mais restrita e o tempo de contato mais lento. Hoje, os aplicativos de mensagem agilizam esse processo em segundos.
O problema é que a evolução da tecnologia – e a rapidez com que ela traz novas informações – não consegue ser muito bem processada pelo organismo.
Esse excesso de informações recebidas pelo cérebro é conhecido como “infoxicação” (uma junção das palavras informação e intoxicação), que nada mais é do que o ato de ser bombardeado por milhares dessas informações on-line e não conseguir absorvê-las, podendo causar estresse e ansiedade.
Como a hiperconectividade pode influenciar na saúde?
O ser humano não foi feito para processar tantas informações ao mesmo tempo. O excesso de estímulos tem nos deixado mais suscetíveis a transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
É o que mostra um estudo do Datafolha, realizado em 2022, com cerca de 2.000 pessoas de todas as classes sociais, a partir dos 16 anos.
Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados se sentem pressionados a se manter positivos nas redes sociais mesmo diante de uma situação difícil. Além disso, 69% das mulheres entrevistadas se sentem insatisfeitas com a própria vida devido à exposição on-line a “vidas perfeitas”, onde todo mundo parece feliz.
Grande parte dos entrevistados também concorda que as redes sociais podem influenciar no desenvolvimento de problemas de saúde mental e que pessoas que se escondem atrás de perfis para fazer comentários negativos sobre alguém podem colaborar ativamente para o aumento dos suicídios.
E isso pode piorar consideravelmente quando falamos da exposição de crianças e adolescentes à internet. Eles ainda não têm o emocional desenvolvido para encarar situações difíceis que podem ser expostas nesse meio.
Além disso, estar tão conectados faz com que nos afastemos das pessoas mais próximas, como aproveitar um jantar com amigos ou familiares, por ficarmos “presos” a essa tela.
Todas essas questões acabam nos debilitando emocionalmente e exigindo muita energia física e mental. Afinal, processar tudo nos deixa mais estressados e irritados, com dificuldade de exercitar a paciência, já que tudo pode ser conseguido com extrema rapidez, e de viver, de fato, o mundo real.
Cria-se, assim, certa dependência dos aparelhos, fazendo com que a vida pareça impossível sem eles. Isso pode facilitar o aparecimento de sentimentos de angústia e vazio com muito mais facilidade, e você talvez já se sinta assim.
Vamos entender melhor a seguir.
O que é dopamina e qual a sua relação com as redes sociais?
A dopamina é uma substância neurotransmissora, produzida pelo sistema nervoso e cérebro, responsável pela sensação de prazer e recompensa. É ela que dá a sensação de felicidade ao comer um chocolate ou fazer uma compra, por exemplo.
Nas redes sociais, estamos o tempo todo “rolando o feed” sem nem mesmo perceber, porque isso nos dá a sensação de prazer! As plataformas on-line foram feitas para isso: a ideia é você passar bastante tempo dentro do aplicativo. Ainda que isso não tenha sido feito para prejudicar ninguém, é o que acontece.
Esse sistema de funcionamento das redes acaba ativando a liberação de dopamina no cérebro, e, como somos expostos às telas a todo o momento, a produção de dopamina se torna excessiva.
O problema é exatamente esse: se produzimos muita dopamina, quando essa dosagem cai, não volta a níveis basais como aconteceria normalmente: ela cai abaixo do normal e consequentemente nos sentimos insatisfeitos cada vez mais rápido.
É quando criamos a tolerância, e fica cada vez mais difícil se satisfazer ou sentir prazer novamente, prejudicando o funcionamento normal do nosso organismo.
Mas, afinal, é possível se proteger dessa realidade?
Sim! Ainda que o funcionamento da sociedade e do mundo fuja do nosso controle, é importante saber que existem algumas atitudes que ajudam a fazer certa “higienização” desse processo. Veja as dicas que separamos para você.
Limite seu tempo nas plataformas: hoje você já consegue programar dentro das plataformas um tempo para passar em cada uma diariamente, recebendo um aviso de quando esse tempo foi atingido. Assim, fica mais fácil de controlar.
Quando estiver com outras pessoas, evite os aparelhos:sabemos que pode ser difícil e que outras pessoas podem não colaborar com isso, mas tente se manter longe do celular durante encontros presenciais. Foque no momento.
Faça a higienização do sono: assim como estabelecer um tempo para ficar nas redes, também é importante não fazer o uso do celular até o horário de dormir: isso pode prejudicar o seu sono. Dedique-se a outra atividade, como um livro ou uma meditação guiada!
Acorde primeiro, pegue o celular depois: o hábito de pegar o celular logo após acordar é muito comum, mas você impede o corpo de acordar naturalmente. Ainda que não seja possível se livrar do despertador, tente focar na sua respiração ao acordar, alongar-se, passar ao menos 5 min no sol, algo muito importante no processo do despertar.
Jogos de tabuleiro: eles são muito antigos, exigem bastante atenção e você ainda precisa reunir amigos e familiares. Que tal um momento desses para conseguir ficar longe das telas? É uma boa oportunidade.
Saia para ver: quando estamos olhando só para as telas, fica difícil observar o mundo real. Exercitar-se ao ar livre, ouvindo uma música que você goste, pode ser uma boa chance para você se desconectar um pouco. Se tiver tempo, tente estar em contato com a natureza sempre que possível, para recarregar as energias.
Enfim, os malefícios do excesso do uso das redes sociais não é novidade. Mas muita gente ainda não sabe como se proteger. Conseguiu aprender com esse texto? Compartilhe com alguém!