HIV e aids: fatos e mitos que você precisa conhecer

Confira as respostas da infectologista Dra. Mirian Dal Ben para desmistificar mitos sobre o HIV

Publicado por Morgana Parisi

12 de dezembro de 2024

No Brasil, cerca de 920 mil pessoas vivem com o HIV, segundo dados do Ministério da Saúde de 2022. Embora os avanços no tratamento tenham transformado o diagnóstico em algo administrável, ainda há muitos mitos e preconceitos sobre o tema.  

Por conta dos avanços científicos e da terapia antirretroviral (TARV), os casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) caíram 18,5% em 10 anos, passando de 43,2 mil novas notificações, em 2011, para 35,2 mil, em 2021.  

Esses números refletem os esforços contínuos para ampliar o diagnóstico e o tratamento, mas também destacam a importância de campanhas de prevenção e educação para reduzir novas infecções e combater o estigma associado ao HIV/Aids. 

Para ajudar a esclarecer essas dúvidas, entrevistamos a Dra. Mirian Dal Ben, infectologista e médica credenciada da Omint. Confira os principais fatos e mitos sobre o HIV e a aids. 

#1. HIV e aids são a mesma coisa? 

Não. O HIV é o vírus que causa a infecção, enquanto a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) é uma condição avançada da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico é gravemente comprometido. A aids ocorre principalmente quando o HIV não é tratado, levando à redução das células de defesa, chamadas CD4, e aumentando o risco de infecções oportunistas. 

#2. O HIV pode ser transmitido por beijos, abraços ou pelo uso compartilhado de talheres e toalhas? 

Isso é um mito. O HIV é transmitido por relações sexuais desprotegidas (vaginais, anais e, raramente, orais), transfusões de sangue contaminado, compartilhamento de agulhas e seringas e de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Não há risco em interações cotidianas, como beijos ou abraços. 

#3. Pessoas com HIV sempre desenvolvem aids?  

Não. Com o diagnóstico e o tratamento precoce, é possível viver com o HIV sem desenvolver a aids. A terapia antirretroviral mantém o vírus controlado, impedindo danos ao sistema imunológico. 

#4. O uso de dois preservativos ao mesmo tempo aumenta a proteção contra o HIV e outras ISTs? 

Não. Essa prática pode causar atrito entre os preservativos, aumentando o risco de rompimento. Usar apenas um preservativo corretamente já oferece alta proteção. 

Confira, em vídeo, informações sobre sífilis: 

#5. Uma pessoa com carga viral indetectável pode transmitir o HIV? 

Não. Quando o tratamento é seguido corretamente, a carga viral torna-se indetectável, o que significa que o vírus não pode ser transmitido sexualmente. Esse conceito é conhecido como “indetectável = intransmissível”. 

#6. Apenas grupos específicos estão em risco de contrair o HIV? 

Não. Embora a prevalência seja maior em alguns grupos, como homens que fazem sexo com homens, qualquer pessoa com comportamento de risco, como múltiplos parceiros sexuais sem proteção, pode contrair o vírus. 

#7. O HIV pode ser transmitido por picadas de insetos, como mosquitos? 

Não. Isso é um mito. Não há evidências de que o HIV possa ser transmitido por picadas de insetos. 

#8. A circuncisão reduz o risco de transmissão do HIV? 

Sim. Estudos realizados na África mostraram que a circuncisão pode reduzir o risco de transmissão, mas não é a estratégia mais custo-efetiva. O uso de preservativos e o tratamento precoce continuam sendo as principais medidas preventivas. 

#9. Fazer o teste de HIV pode resultar em discriminação ou exposição dos resultados? 

Os direitos de privacidade são protegidos por lei. Empresas, por exemplo, não podem exigir o teste de HIV como parte do exame admissional. Apesar disso, o preconceito ainda existe, o que reforça a importância de campanhas educativas. 

#10. Uma pessoa vivendo com HIV pode ter uma vida normal? 

Sim. Com o tratamento adequado, a expectativa de vida de uma pessoa com HIV é igual à de uma pessoa sem o vírus. Além disso, mulheres podem engravidar e homens podem ter filhos, formando uma família normalmente. 

Conclusão 

O conhecimento e a educação são ferramentas fundamentais para combater o preconceito e reduzir a transmissão do HIV. Fazer o teste regularmente e iniciar o tratamento precocemente são passos essenciais para uma vida saudável. 

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