A hanseníase é uma doença de caráter infeccioso e contagioso, com evolução crônica, que afeta principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos. Apesar de ser erradicada em alguns países, ela ainda é um problema de saúde pública no Brasil. Por isso, a campanha Janeiro Roxo tem como foco disseminar informação, auxiliando na prevenção.
Neste texto, você vai ler mais sobre o que é hanseníase, suas formas de transmissão, tratamentos, como é possível se prevenir e, ainda, colaborar com a sociedade compartilhando essas informações com as pessoas que você ama.
– O que é hanseníase?
– Quais as formas de transmissão da hanseníase?
– Tem vacina para a hanseníase?
– Como é o tratamento da hanseníase?
– Como posso me prevenir da hanseníase?
O que é hanseníase?
É uma doença infecciosa e contagiosa com evolução crônica – se não tratada –, que atinge principalmente pele, nervos das regiões periféricas, como mãos, pés, rosto – como nariz e olhos, e até mesmo órgãos internos – como fígado e ossos. Por conta desse comportamento da doença, ela pode acabar causando danos neuronais irreversíveis.
O Brasil é o segundo país com mais casos diagnosticados no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Anualmente são diagnosticados no País cerca de 30 mil casos, entre crianças e adultos, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em janeiro de 2022.
A doença é causada por um bacilo chamado “Mycobacterium leprae”. Por isso, antigamente era conhecida como lepra, nome não mais utilizado, porém é interessante observar que é uma doença com relatos muito antigos na história que se manifesta até a atualidade.
Quais são os sintomas da hanseníase?
Antes de qualquer coisa, é preciso reforçar que, uma vez contraída a doença, os sintomas podem demorar de 2 a 7 anos para se manifestar – e, mesmo depois desse período, ainda se desenvolvem muito lentamente. Esse período de incubação tão longo é um dos principais problemas da disseminação, pois o paciente não sabe que está com a doença.
Os principais sintomas são:
– manchas: podem ser avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas. Ou seja, o local pode ficar mais doloroso e sensível, e com a evolução das lesões passam a ter diminuição e até ausência de sensibilidade local;
– sensação de fisgada ou choque, dormência e formigamento ao longo dos membros;
– caroços geralmente sem sintomas – como dor ou alteração da cor da pele.
– perda de pelos em algumas áreas, assim como ausência da transpiração;
– inchaço e dor nos membros;
– redução da força muscular principalmente nas mãos e nos pés;
– caroços pelo corpo;
– pele e olhos ressecados;
– feridas e ressecamento do nariz;
– febre e mal-estar geral.
É importante reforçar que a hanseníase não mata por si só, mas pode causar danos irreversíveis, como incapacidade física e neurológica ao longo dos anos. E, caso a doença tenha uma evolução progressiva, ainda que lenta, pode provocar também deformidades.
Quais as formas de transmissão da hanseníase?
A hanseníase possui duas formas contagiosas (chamadas multibacelares) e não contagiosas (paucibacilares). Porém, é importante focar que, como é uma doença silenciosa, merece a atenção redobrada.
A forma de transmissão é pelo contato direto com uma pessoa infectada e sem tratamento, principalmente por gotículas de saliva. O contágio é ainda mais facilitado quando o contato com a pessoa infectada é recorrente.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hanseníase é feito por um médico capacitado, que solicita exames clínicos e físicos, que avaliam as lesões de forma mais específica. O desafio é que esse diagnóstico pode ser, muitas vezes, difícil de ser feito e exige uma equipe multidisciplinar.
O mais importante é que a hanseníase tem tratamento e cura. Assim que o uso de antibióticos para o combate da carga bacteriana começa a ser feito, o paciente se torna incapaz de transmitir a doença. Essa informação deve ser largamente divulgada para evitar o preconceito, papel que a campanha Janeiro Roxo tem feito há anos.
O diagnóstico precoce é fator crucial no sucesso do tratamento. Quanto antes for descoberta, mais cedo a doença é tratada, evitando assim danos maiores, como os neuronais irreversíveis.
Tem vacina para a hanseníase?
Ainda não há uma vacina contra a hanseníase, porém a vacina BCG – que tem como função primária imunizar contra a tuberculose – pode ser aplicada em indivíduos que são mais suscetíveis à doença, colaborando para a prevenção, mas não imunizando completamente.
Como é o tratamento para a hanseníase?
O tratamento é feito com base medicamentosa após o diagnóstico, podendo variar de 6 a 12 meses de duração.
O tratamento também deve ser seguido à risca, sem interrupções, para que o resultado seja o esperado e que o paciente esteja livre da infecção, sem dar chances para recorrência. Por isso, se você está fazendo tratamento para a hanseníase, se mantenha firme até o final.
Como posso me prevenir da hanseníase?
A principal forma de prevenção é se atentar se houve contato direto com uma pessoa infectada. Se isso ocorrer, deve-se realizar os testes necessários para o diagnóstico. Além disso, é importante que esse tratamento também não seja negligenciado em caso de diagnóstico positivo. Dessa forma é possível proteger você da doença e as pessoas que você tem contato.
Janeiro Roxo
A campanha Janeiro Roxo tem como principal objetivo divulgar dados sobre a doença, para que as pessoas possam se informar, se prevenir e principalmente combater o preconceito.
No passado, as pessoas diagnosticadas com hanseníase geralmente eram internadas e ficavam muito debilitadas, pois não existiam os medicamentos necessários para combatê-la.
Hoje, graças à ciência, isso não existe mais! A hanseníase é uma doença simples de ser tratada: só precisa de atenção para não passar despercebida.
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