O que é liderança situacional?

Entenda o que é esse modelo de liderança e como aplicá-lo dentro da sua empresa.

Publicado por administrator

7 de julho de 2023

O conceito de liderança situacional se baseia em flexibilidade. O modelo desenvolvido a partir da teoria de Paul Hersey e Kenneth Blanchard diz que o comportamento do líder deve ser diferente de acordo com a maturidade dos seus liderados. Neste artigo, falaremos mais sobre os princípios desse tipo de liderança, como ela funciona e vantagens e desvantagens.

O que é liderança situacional?
Como funciona a liderança situacional?
Quais as vantagens e desvantagens da liderança situacional?
Será que é o momento de aplicar esse tipo de liderança na minha empresa?

O que é liderança situacional?

A liderança situacional defende que a atuação do líder precisa ter diferentes direcionamentos de acordo com o contexto e principalmente com a maturidade da sua equipe, mais focada no estágio de aprendizado de cada liderado.

Isso porque, quando o líder consegue avaliar e fazer o diagnóstico correto, é possível conduzir de forma mais eficaz a sua equipe, elevando a performance do time e mantendo os colaboradores engajados.

O modelo também foi pensado para destacar o poder de influência que o líder tem dentro de uma empresa e como a forma de ele conduzir a sua equipe reflete diretamente na cultura organizacional e nos resultados do negócio. Para se ter uma ideia, segundo pesquisa da Gallup, os gestores são responsáveis por até 70% do engajamento do time.

Esse dado reforça que um gestor que apenas delega tarefas e não sabe ser parte da sua equipe como orientador acaba não sendo tão eficaz quanto imagina.

Hoje, no mercado, temos diversas gerações atuantes, desde as mais antigas até as mais recentes, nascidas no boom da tecnologia, impactando diretamente na sua forma de trabalho, e todas elas precisam conversar entre si, se adaptando conforme as relações vão se modificando.

Portanto, a liderança situacional consegue acompanhar esse movimento, respeitando a maturidade de cada um e permitindo que cada colaborador se desenvolva de forma mais eficiente de acordo com o seu momento dentro da organização, contribuindo até mesmo para a criação de uma cultura organizacional mais sólida e bem estruturada.

Para que isso aconteça, existem alguns pilares a serem seguidos pelo líder para que esse modelo de liderança funcione corretamente. São eles:

– diagnóstico: são as análises que o líder precisa fazer com excelência para enxergar qual o nível de maturidade de cada colaborador, observando a facilidade que ele tem em realizar uma tarefa ou seu nível de motivação;

– adaptação: ser capaz de liderar de acordo com o diagnóstico realizado;

– comunicação: passar a mensagem de forma que ela seja totalmente compreendida;

– performance: liderar com flexibilidade de acordo com os resultados obtidos, sabendo como prosseguir, onde está dando certo e ter a habilidade de mudar os planos caso algo esteja errado ou com baixo rendimento.

A adaptabilidade é essencial para esse estilo de liderança. Considerando que o líder é a maior influência da equipe, a liderança situacional propõe que o gestor tenha ampla visão da sua equipe e atue de forma personalizada, entendendo as particularidades e, de acordo com cada situação, auxiliando no desenvolvimento dos colaboradores. Neste vídeo, você pode se aprofundar um pouco mais no assunto. Confira:

 

Como funciona a liderança situacional?

Seguindo os pilares citados anteriormente, o modelo de liderança situacional é baseado em dois eixos centrais, um mais diretivo – focado em tarefas – e o outro mais suportivo – focado em relacionamento. Para identificar em qual estágio está cada colaborador, esses dois eixos são cruzados, mostrando 4 momentos em que esse indivíduo pode estar. Observe a tabela:

Na tabela, podemos enxergar os dois eixos citados: o horizontal, identificado como diretivo, e o vertical, chamado de apoio ou relacionamento. Juntos, eles trazem os quatro estágios em que o liderado pode estar e como o líder deve agir. Vamos entender mais cada um deles, começando pelo nível mais iniciante.

– direção: nesse primeiro nível, o colaborador ainda tem baixa capacidade técnica e baixa motivação. Pode ser aquele momento em que o colaborador acaba de entrar na empresa e ainda não sabe muito como executar as tarefas nem tem muita motivação para elas.

Isso exige do líder o comportamento altamente diretivo e baixo comportamento de apoio, para que o colaborador possa começar a entender quais são suas tarefas. É aquele momento em que o líder apenas delega o que precisa, o que ele quer, como e quando.

– orientação: nesse estágio, o colaborador já entende como realizar as tarefas e já está mais motivado por entender como funciona a organização e como ele atua dentro dela. Aqui o líder, além de pedir a realização das tarefas, já está mais próximo do colaborador, entendendo a opinião do liderado e observando como ele realiza o que foi pedido.

O líder precisa ser altamente diretivo e ter alto comportamento de apoio.

apoio: nesse momento, o liderado já sabe exatamente como atuar, mas pode já ter perdido um pouco da sua motivação. É aqui que o líder precisa ter alto comportamento de apoio para ouvir do colaborador as suas ideias e já começar a dar autonomia para que ele realize algumas tarefas. Nesse estágio, o comportamento diretivo do líder já é baixo, pois não precisa mais delegar a tarefa para esse colaborador: ele já sabe como realizá-la muito bem.

– delegação: já nesse último estágio, é hora do líder dar total liberdade para o liderado agir e tomar as próprias decisões. Já não está tão próximo e confia nas atitudes do seu liderado. É o último estágio do modelo e exige baixo grau de apoio e baixo grau de comportamento diretivo.

É importante que o líder saiba transitar entre esses estágios. O caminho do liderado pode não ser linear e nada impede que ele mude de um estágio mais avançado para um mais iniciante – tudo depende do momento.

 

Quais as vantagens e desvantagens da liderança situacional?

Como todo modelo de liderança, a liderança situacional também tem suas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens, podemos destacar:

– maior compreensão da curva de aprendizado de cada liderado;

– maior probabilidade de desenvolvimento dos colaboradores, pois respeita o momento de cada um;

– flexibilidade de atuação.

 

Entre as desvantagens, estão:

– mais dificuldade para criar processos padrões;

– depende do perfil do líder e do seu poder de adaptabilidade;

– a maturidade dos liderados pode demorar mais para ser desenvolvida.

 

Será que é o momento de aplicar esse tipo de liderança na minha empresa?

A liderança situacional, como vimos, permite bastante flexibilidade tanto para o líder quanto para o liderado. Para algumas empresas, isso pode ser um desafio, até porque podemos considerá-la um tipo de liderança “personalizada”, que exige que o líder tenha maturidade para diagnosticar e atuar de acordo com o necessário.

É preciso ter uma visão ampla da sua equipe, mas sabemos que no dia a dia de algumas empresas isso pode ser inviável.

Por isso, antes de pensar em atuar com esse tipo de modelo, é necessário refletir também sobre qual é o tipo de cultura organizacional da companhia, como isso seria aplicado e quais os objetivos desse tipo de liderança para o negócio. Como você pode imaginar, a liderança situacional é um modelo que funciona a longo prazo: não é possível avaliar resultados de forma tão imediata.

Gosta desse tipo de conteúdo? Você pode acompanhar mais sobre Gente & Gestão aqui no nosso blog.

Assine nossa Newsletter

E-mail cadastrado com sucesso