Neste mês, acontece a campanha Outubro Rosa, destinada a incentivar mulheres a prevenir o câncer de mama, reforçar a importância do diagnóstico e explicar detalhadamente o que é essa condição. Para que você entenda melhor sobre o assunto e possa tomar as devidas precauções ou ajudar alguma mulher próxima, preparamos essa matéria para você. Neste artigo, você vai conferir.
O câncer de mama no Brasil e no mundo
O que é o câncer de mama e quais suas causas?
Quais são os sintomas do câncer de mama?
Quais são os tratamentos para o câncer de mama?
Prevenção, sobrediagnóstico e rastreamento do câncer
Como saber a hora certa de fazer o exame do câncer de mama?
O câncer de mama no Brasil e no mundo
O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres de todo o mundo, inclusive no Brasil. Só em 2020, apareceram aproximadamente 2,3 milhões de casos novos, representando 24,5% de cânceres em mulheres a nível global. Além disso, também é a causa de morte mais recorrente entre a população feminina. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), só em 2020 foram estimados cerca de 685 mil óbitos devido a essa condição, representando 15,5% de falecimentos por câncer em mulheres.
Quando falamos especificamente do Brasil, o câncer de mama é o mais incidente após o câncer de pele não melanoma (câncer que afeta os lugares mais expostos ao sol, como rosto, pescoço e orelhas).
Apesar de ser o mais comum em todas as partes do País, ele é observado com mais frequência nas Regiões Sul e Sudeste e menos observado na Região Norte. Em 2021, segundo o Instituto Nacional de Câncer – Inca, foram estimados cerca de 66 mil novos casos da doença. Isso significa que a cada 100 mil mulheres podem ocorrer cerca de 43 casos.
Além disso, essa é a causa de morte mais comum entre as brasileiras em quase todo o País: na Região Norte, o mais frequente ainda é o câncer de colo de útero.
Segundo dados de 2019, a nível mundial, a taxa de mortalidade por essa doença é de 14,23 óbitos a cada 100 mil mulheres.
O que é o câncer de mama e quais suas causas?
O câncer de mama acontece pela multiplicação anormal de células, que juntas constituem um tumor. Existem vários tipos de câncer de mama com diferentes graus de agressividade. Alguns podem se desenvolver mais rápido, outros de forma mais lenta.
O tipo do câncer de mama se difere pelo tipo de tecido da mama que ele afeta. A maioria são carcinomas, que começam nas células epiteliais, que revestem órgãos e tecidos. Na mama, geralmente aparecem como adenocarcinomas, ou seja, começam nas células do ducto mamário ou nos lóbulos (glândulas produtoras de leite).
Os tipos de câncer também podem se diferir se o câncer se disseminou ou não. O câncer de mama que tem início no ducto mamário e não se espalha para outros tecidos é chamado in situ. Já o chamado invasivo é caracterizado por já ter se espalhado para outros tecidos da mama.
A seguir, destacamos os tipos mais detalhadamente.
Carcinoma ductal in situ (DCIS): é o carcinoma intraductal e considerado não invasivo.
Câncer de mama invasivo: é aquele que já se espalhou para outros tecidos da mama. É o tipo mais comum, junto ao carcinoma lobular invasivo, representando de 70% a 80% de todos os cânceres de mama.
Câncer de mama triplo negativo: é um tipo agressivo de câncer invasivo e representa cerca de 15% dos casos, com alta dificuldade de ser tratado.
Câncer de mama inflamatório: é o tipo mais agressivo raro e representa cerca de 1% a 5% dos casos.
As causas do câncer de mama são variadas e não existe apenas um único fator para que ele aconteça. A condição mais relevante para o aparecimento é a idade, uma vez que a maioria dos casos só aparece após os 50 anos.
Podemos ressaltar também fatores comportamentais como sedentarismo, obesidade e sobrepeso (principalmente após a menopausa), consumo de bebidas alcoólicas e exposição constante à radiação.
Fatores reprodutivos e hormonais também podem afetar, como menstruação precoce, primeira gravidez após os 30 anos, não ter tido filhos, menopausa após os 55 anos e ter feito reposição hormonal após a menopausa, principalmente se por mais de 5 anos.
Há ainda fatores genéticos e hereditários, como casos de câncer na família, principalmente antes dos 50 anos e alterações específicas nos genes BRCA1 e BRCA2.
Todos esses aspectos não indicam que, de fato, a mulher vai desenvolver a doença, mas podem contribuir significativamente para isso. O fator genético aumenta de 5% a 10% as chances de ocorrência além da idade.
Quais são os sintomas do câncer de mama?
Os sinais e sintomas podem ser variados, além de nem sempre aparecerem. A ocorrência mais comum é o aparecimento do nódulo, geralmente identificado pelo autoexame. Este deve ser realizado alguns dias após a menstruação (para quem ainda menstrua frequentemente), pois os seios estão menos inchados. Já para as mulheres que passaram pela menopausa, o autoexame pode ser feito a qualquer momento.
Um nódulo sólido, indolor e com bordas irregulares muito provavelmente é um nódulo maligno.
Os sintomas encontrados são:
- Inchaço de parte ou de toda a mama, sendo o nódulo detectável no autoexame ou não;
- Nódulo endurecido;
- Irritação de parte da mama;
- Dor na mama ou nos mamilos;
- Inversão do mamilo, quando não genético;
- Vermelhidão na pele da mama;
- Inchaço da mama;
- Retração do mamilo;
- Secreção com sangue ou serosa pelos mamilos.
Entre eles, os mais comuns são vermelhidão, inchaço na pele da mama e aumento do tamanho dos gânglios axilares, acompanhados de dor na região.
É importante lembrar que o câncer de mama também acomete os homens, mas representa apenas 1% de todos os casos.
Para isso, destacamos a importância do autoexame, primeiro passo para identificação de que algo está errado com seu corpo. Para realizá-lo, a Revista Prevenir publicou um passo a passo completo. Confira!
Quais são os tratamentos para o câncer de mama?
Com o avanço dos estudos, métodos menos invasivos e mutilantes estão sendo desenvolvidos para o tratamento desse tipo de câncer. O tratamento pode variar de acordo com o estado da doença, as características biológicas e as condições da paciente. Quando o câncer é detectado ainda no início, as chances de cura são grandes. Caso a doença se encontra em metástase (espalhamento do câncer para outros tecidos e partes do corpo), o tratamento tem como objetivo prolongar a vida da paciente e oferecer mais qualidade de vida.
O tratamento pode ser dividido em:
Local: cirurgia e radioterapia, além da reconstrução mamária;
Sistêmico: inclui quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
O tratamento pode ser dividido também pelos estágios da doença.
Estágios I e II
Consiste em cirurgia para a retirada do tumor ou mastectomia, com retirada da mama e reconstrução mamária. Após a cirurgia, em alguns casos o tratamento é complementado com radioterapia.
Estágio III
Aqui encontram-se as pacientes com tumores maiores, porém ainda localizáveis. Aqui, o tratamento sistêmico é o mais indicado, ou seja, inclui quimioterapia. Após o tratamento adequado, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia).
Estágio IV
Quando o câncer já se encontra nesse estágio, é fundamental a decisão terapêutica, prolongando a vida da paciente e entendendo suas particularidades. Usa-se o tratamento sistêmico, sendo o tratamento local reservado para casos restritos.
A decisão sobre o tratamento deve ser feita junto à equipe médica, pensando no bem-estar da paciente, seus efeitos colaterais e possíveis respostas ao tratamento.
Prevenção, sobrediagnóstico e rastreamento do câncer
A prevenção do câncer de mama inicia-se no controle dos fatores de risco já conhecidos pela ciência. Uma vez que os fatores genéticos e hereditários não são modificáveis, cabe à mulher ficar atenta às práticas saudáveis e fatores comportamentais que podem ser praticados ao longo da vida.
Uma alimentação saudável, a prática regular de exercícios físicos e controlar a gordura corporal podem auxiliar muito na prevenção do câncer de mama, além da redução de bebidas alcoólicas.
Além da prevenção, outro assunto importante que deve ser abordado é o sobrediagnóstico. O incentivo à prevenção do câncer de mama e os exames regulares com o seu médico devem ser mantidos, mas é necessário ficar atento a quando exatamente eles precisam ser realizados, levando em consideração o grupo de risco em que a mulher se encontra.
O diagnóstico precoce é de extrema importância, considerando que o câncer de mama tem altas chances de cura se detectado logo no início. Porém, é necessário ter alguns cuidados.
O chamado rastreamento do câncer – que tem intuito de detectar a doença logo no início – é feito por meio de um raio-x, chamado de mamógrafo e utilizado para detectar possíveis nódulos. O exame é conhecido por mamografia.
É o mais eficaz para a detecção da doença e usado como triagem na tentativa de reduzir a mortalidade do câncer.
Contudo, o exame precisa ser realizado na hora certa e indicado pelo seu médico para evitar o que se chama de sobrediagnóstico. Alguns nódulos são identificados muito precocemente e, por alguns tipos de câncer se desenvolverem muito devagar e nunca causarem nenhum dano à paciente, às vezes o tratamento pode ser feito sem necessidade, provocando um imenso desgaste psicológico. Por isso, é muito importante conversar com o médico para saber a hora exata de fazer os exames.
Estudos mostram que a cada 3 casos de câncer de mama identificados em mulheres assintomáticas em programas de rastreamento, 1 é sobrediagnóstico. Ou seja, uma delas passará por todo o tratamento de um câncer que, se o exame não tivesse sido feito, ela jamais saberia e não causaria nenhum problema ao longo da vida.
Como saber a hora certa de fazer o exame do câncer de mama?
O primeiro passo é sempre conversar com o seu médico sobre os exames, para que ele identifique dentro de qual grupo de risco você se encontra para poder determinar a hora exata de fazer o seu exame. É claro que a detecção precoce do câncer do câncer traz muitos benefícios, mas, como citamos acima, se for feito na hora errada pode trazer muitos malefícios também.
Para a população em geral, o Ministério da Saúde indica exames a cada 2 anos para mulheres entre 50 e 69 anos.
Para as que estão no grupo de alto risco, com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, histórico de exposição à radiação, casos recorrentes na família e outras condições que aumentem as chances do câncer de mama, é essencial que o acompanhamento seja feito com mais frequência.
Entre os prós da realização do exame precoce estão:
- Permitir detectar a doença em seu estágio inicial;
- Aumentar as chances de cura;
- Ampliar as chances de sobrevivência;
- Reduzir as chances da necessidade de retirar as mamas;
- Diminuir a necessidade de quimioterapia;
- Salvar vidas: 1 a cada 200 mulheres rastreadas tem a vida salva pelo exame.
E entre os contras, estão:
- Evitar o sobrediagnóstico;
- Prevenir estresse desnecessário;
- Reduzir a chance de tratamentos invasivos desnecessários;
- Ter resultado positivo para um câncer inofensivo: isso acontece com 3 a cada 200 mulheres rastreadas.
Agora que você já sabe tudo isso sobre o câncer de mama, que tal colocar em prática? Procure o seu médico para descobrir em qual grupo se encontra, realize os exames da forma correta e no momento necessário, ou ajude alguma mulher querida a se informar melhor. A Omint conta com profissionais capacitados para a detecção e o tratamento dessa doença. Por isso, ao sinal de qualquer sintoma ou desconfiança, consulte o médico.