O Brasil está envelhecendo. Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a proporção de idosos, que em 2010 era de 7,3%, pode chegar a 40,3% em 2100. Com isso, é necessário ficar atento às condições que tendem a ficar mais em evidência nos próximos anos. A doença de Parkinson pode ser uma delas. Por isso, neste artigo vamos conferir um pouco mais a fundo sobre o que é essa enfermidade, quais as causas, sintomas e tratamentos.
O que é a doença de Parkinson?
O que causa a doença de Parkinson?
Quais são os sintomas?
Quais são os tratamentos?
Quais são os cuidados necessários?
O que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico degenerativo do sistema nervoso central que afeta os movimentos. Ela atinge diretamente pequena região do cérebro chamada substância negra, onde há a degeneração das células presentes, reduzindo a produção de dopamina.
Quando ocorre a diminuição de produção de dopamina no cérebro, sintomas como tremores, rigidez muscular, desequilíbrio e lentidão de movimentos começam a aparecer, além de alterar a habilidade na fala e na escrita.
Isso acontece porque a dopamina – neurotransmissor responsável por levar estímulos para área do nosso cérebro responsável pelos nossos movimentos – está sendo produzida de forma escassa. Ou seja, quando há a ausência desses neurotransmissores, o controle motor fica comprometido.
A doença de Parkinson foi descoberta em 1817 pelo cirurgião inglês James Parkinson, assim levando seu nome. Antes também era conhecida como Mal de Parkinson, termo que caiu em desuso pelo estigma causado nos portadores da doença.
Hoje, ela já afeta cerca de 6 milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo mais comum em indivíduos acima dos 65 anos – é a segunda desordem degenerativa mais comum, atrás apenas do mal de Alzheimer. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas tenham a condição. E esse número pode se expandir, pois a tendência é que a quantidade de idosos no País aumente daqui para a frente.
O que causa a doença de Parkinson?
Conforme envelhecemos, nossas células começam a morrer de forma mais acelerada, e a causa da doença de Parkinson acontece exatamente nesse processo. As células responsáveis pela produção de dopamina ficam mais escassas, dando origem à condição.
A doença de Parkinson é crônica e de desenvolvimento lento e progressivo. Quanto mais células morrem no cérebro, menos dopamina é produzida e os sintomas ficam mais evidentes.
Apesar de haver diversos estudos sobre o tema, ainda não é possível determinar a causa da doença ou prever quando ela acontecerá. Por isso, o meio médico ainda não conseguiu estabelecer formas de prevenção.
As pesquisas, porém, trazem informações importantes. Por exemplo, sabe-se que cerca de 15% das pessoas com Parkinson têm algum familiar próximo que também é portador da doença, e 5% das pessoas que apresentam o quadro possuem alterações genéticas relacionadas à enfermidade.
Quais são os sintomas?
Tremores: podem ser os primeiros sinais observados, porém pode ser difícil diferenciar o tremor decorrente da idade de um que seja da enfermidade. Porém, de fato, o tremor é o principal sintoma.
Ele pode ser observado inicialmente em uma das mãos ou braço e depois progride para o outro lado. Pode ser assimétrico, afetando mais um lado do que o outro. Além dos membros superiores e inferiores, pode atingir também os lábios, o queixo ou até mesmo a cabeça.
Os tremores acontecem mesmo quando a pessoa está em repouso e cessam ao dormir. Porém, situações de estresse podem agravar significativamente esse sintoma.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas com doença de Parkinson apresentam tremores e esse sintoma também não é o que mais pode alterar a qualidade de vida.
Dificuldade na escrita: como os movimentos ficam comprometidos, a tendência é que haja dificuldade ao escrever e que, quando a pessoa consegue, a letra tende a ser bem pequena devido a limitação dos movimentos.
Mudança na postura: a postura da pessoa com doença de Parkinson também pode ficar um pouco comprometida. Pode ocorrer a inclinação do tronco e da cabeça para a frente, com a tendência de olhar para o chão. Isso é possível ser notado ainda no início da doença.
Mudança na expressão facial: o rosto pode se tornar menos expressivo, independentemente de suas emoções.
Voz mais fraca: com a doença de Parkinson outras partes do corpo, além dos membros, podem ser afetadas. Por exemplo, os músculos responsáveis pela fala e respiração podem fazer com que a voz saia mais baixa ou mais fraca.
Alteração no olfato e paladar: alterações no olfato e no paladar são sintomas que podem aparecer muito tardiamente após o diagnóstico da doença, porém estão presentes em mais de 90% dos parkinsonianos.
Caminhar pode ficar mais difícil: como a falta de dopamina afeta os movimentos, fica mais complicado caminhar ou a pessoa consegue fazer isso apenas de forma lenta, muitas vezes arrastando os pés.
Quais são os tratamentos?
Assim como inúmeros estudos sobre as causas da doença ainda não conseguiram identificar um resultado eficaz, a cura para essa condição também ainda não foi identificada.
Porém, os tratamentos já estão bem avançados. São feitos à base medicamentosa, que tratam os sintomas e auxiliam a retardar o processo.
Ainda aliado a isso, hoje já existem diversas terapias que, combinadas com a medicação, auxiliam ainda mais na independência da pessoa com essa condição por mais tempo. A fisioterapia, por exemplo, pode ajudar no ganho de força, promovendo maior flexibilidade para o paciente.
Quais são os cuidados necessários?
O principal objetivo do cuidado após o diagnóstico da doença de Parkinson é poder proporcionar melhor qualidade de vida para essa pessoa, pensando principalmente na sua independência. Dessa forma, vamos conferir alguns cuidados importantes para esse momento?
Confie no acompanhamento médico: após o diagnóstico, é necessário que o acompanhamento médico seja feito com seriedade para que a qualidade de vida do paciente possa ser mantida da melhor forma possível.
Respeite as medicações: elas são importantes para que os sintomas sejam controlados e devem ser seguidas de forma regrada.
Combinação de tratamentos pode ser a melhor opção: além das medicações, a fisioterapia e a atividade física orientada podem ser a melhor opção para tratar a doença de Parkinson.
Adaptar ambientes pode ser necessário: como a doença de Parkinson pode limitar um movimentos, algumas adaptações em casa podem ser necessárias. A instalação de corrimãos e a organização de móveis de forma – para evitar acidentes – podem tranquilizar familiares e dar mais autonomia para a pessoa em questão.
Apoio familiar: o auxílio e apoio da família são fundamentais para que o tratamento da doença seja bem-sucedido. A atenção, principalmente nesses momentos, faz parte do cuidado.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a doença de Parkinson, que tal ficar mais atento aos seus familiares e pessoas próximas? Além disso, é sempre necessário lembrar que as visitas regulares ao médico devem ser feitas para que exames de rotina sejam realizados e, dessa forma, detectar esse tipo de condição ainda no início, caso existam.
A Omint possui profissionais qualificados para cuidar de você e sua família. Ao sinal de qualquer sintoma, procure um médico e faça seus exames.